quarta-feira, 25 de maio de 2011

#1Fantasmagória-Primeiro Sussurro:7 Reis do Terror

História nova hoje, reunindo os mais clássicos personagens de terror (alguns reais, outros nem tanto) em um único conto, o Fantasmagória. Espero que seja do agrado.Savvy?

    A lua crescente brilhava no céu, mas não se tratava de seu brilho prateado, mas sim de um terrível brilho avermelhado, brilho que predizia a chegada da lua rubra, a lua que surgia a cada mil anos nas noites do festival dos mortos. Sete cartas foram enviadas.

    Vlad Tepes, o empalador, senhor das terras da Valáquia, conde da Romênia e feroz guerreiro, reconquistou as terras de seu pai e defendeu sozinho a Romênia dos Turcos, recebendo assim o título de Drácula, o filho do dragão. Recebeu seu convite em 1460.

    Georg Faust, médico e homem das ciências, desiludido com o limitado conhecimento de seu tempo fez um acordo com o demônio Mefistófeles em troca de vinte e quatro anos sem envelhecer para que pudesse superar o conhecimento de sua época. Recebeu seu convite em 1510.

    Elizabeth Bathory, a condessa de sangue, provavelmente a mais vil e cruel mulher da história, torturava seus criados e banhava-se no sangue de virgens para obter juventude e beleza eternas. Recebeu seu convite em 1590.

    Victor Frankenstain, alquimista e professor de ciências, dedicou sua carreira a aprender como ressuscitar os mortos através da ciem ciência, obtendo sucesso ao criar um ser através das partes mortas de outras pessoas. Recebeu seu convite em 1820.

    Henry Jekyll, alquimista e médico, criador da formula capaz de multiplicar varias vezes a força de um homem, mas que também mudava sua personalidade. Recebeu seu convite em 1830.

    Abraham Van Hellsing, médico austríaco, enfrentou Drácula na Inglaterra, salvando o país de sua sombra maligna. Recebeu seu convite em 1880.

    Jhon Constantine, caçador de demônios condenado ao inferno, impediu que Mamon, filho de Lucifer viesse ao mundo. Recebeu seu convite em 2009.

    Em todos os convites eram iguais, todos escritos em sangue sobre papel envelhecido, todos contento as mesmas palavras.
    Temos o prazer de convidá-lo, o senhor rei do terror, para nosso humilde evento, o Fantasmagória.
Outras seis pessoas além do senhor foram convidadas, de diferentes tempos com diferentes habilidades.
Aqueles que aceitarem o convite deverão vir até nossa humilde morada, o castelo da sombra, não se preocupem com a localização, pois tendo intenção de vir vocês saberão como chegar.

Aguardo vossa presença altezas.
 Jack O' Lanterna

terça-feira, 24 de maio de 2011

Poesia-Pergunta ao Sábio

O que canta o pássaro de raios?
Canta a canção do guerreiro inapto.
E a que ronrona o gato de sombras?
Ronrona a morte do paladino em honra.
E o que a lâmina celeste corta?
O retorcido tronco da árvore morta.
E para quem a ventania sopra?
Para o cigano que na velhice chora.
E por que caem as lagrimas?
Caem por que a lua implora.

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Deixando uma singela poesia, não é da melhor qualidade mas é o melhor que este pretenso cigano pode fazer sem seu amado anel de prata.Savvy?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

#6 O olho do gato capítulo6:Lince que na noite caminha


    Teana estava perplexa, ela encarava Gisela com uma expressão indefinida. Era comum da amiga desaprovar qualquer outra amizade sua, mas era a primeira vez que ela falava em não se encontrar mas com a pessoa citada, ainda mais naquele tom tão sério.
-Po...Por que Gisela?
Gisela manteve a seriedade, falando em um tom quase que de pena.
-Você não conhece as histórias?
Teana permanecia sem entender.
-Conheço... Por isso mesmo não compreendo o que você esta dizendo... As histórias sempre foram tão maravilhosas...
Gisela baixou a cabeça.
-Realmente, todas são maravilhosas estórias de amor cheias de fantasias... Mas são as mesmas histórias que denunciam o quão perigoso um gato pode ser...
Teana ficou um pouco irritada com aquilo.
-Do que você esta falando?
-Do fim das estórias Teana... Todos aqueles com quem um gato se envolve desaparecem e jamais tornam a ser vistos...
Teana ficou em choque, relembrando das estórias das quais tanto ela gostava ela concluiu que aquilo era verdade, ninguém jamais foi visto depois de envolver-se com um gato, não havia nenhuma menção do que acontecia depois que alguém se aproximava de um deles, apenas o contínuo e vago “jamais foi visto novamente”, ela encarou Gisela com certo temor e desespero.
-Você tem razão... E agora Gisela, o que farei? Combinei de encontrar-me com ele amanhã...
Gisela a encarou severa.
-Faça o que fizer não vá!
-Mas ele sabe onde moro...Ele encontrou-me ao lado da casa de meus pais...
Gisela ficou em silêncio por alguns momentos para pensar.
-Passe a noite aqui, ele não sabe sobre mim, não irá encontrá-la.
-Certo...Irei fazer isto.

    Já passavam das dez e meia e Teana ainda não aparecera, Scrödinger já estava impaciente, tanto que, de seu próprio corpo saiu uma figura translucida, idêntica a ele, mas com cabelos negros.
-Não percebeu ainda Scrödinger, ela não vem.
Scrödinger voltou-se para Yuuri com um sorriso forçado.
-Ela esta apenas atrasada Yuuri, tenho certeza de que ela virá.
Yuuri encarou Scrödinger com seriedade.
-Você já deveria ter abandonado esta tola ingenuidade, ela não virá, ninguém se atrasa mais de quatro horas com intenções de comparecer.
Scrödinger manteve o sorriso e passou a forçar um tom de confiança.
-Tenho certeza de que ela virá, ela me prometeu...
Yuuri acrescentou uma ponta de fúria a suas palavras.
-E deis de quando a promessa de um desconhecido é de valia?
-Deis de que eu tenha decidido confiar nesta pessoa.
Yuuri da um sonoro tapa em Scrödinger e brada a plenos pulmões.
-Não seja tolo! Humanos não são confiáveis a menos que os conheça, eles não são como os mononokes, cuja palavra é incontestável!
Scrödinger baixou a cabeça.
-Tens razão...Ela não virá.
Yuuri encarou-o seriamente.
-Sim... E é por isso que eu irei buscá-la!
Scrödinger encarou Yuuri com seriedade.
-Vá e traga a presa intacta, lince que na noite caminha.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

3#Post Especial: Caçador de Bruxas Cap.3-Revisado e Ampliado

E então galera, ai esta o Caçador 3 revisadpo e ampliado. Eu decidi não mais postar os capítulos curtos (que nada mais são do que um esqueleto dos capítulos longos), então daqui em diante irei postar apenas os capítulos longos. Que fique avisado que algumas mudanças podem surgir na história (convenhamos que algumas coisas ficaram bem forçadas). Bem, era isso, fiquem com o Sorriso.Savvy?

    O quarto não era grade, mas já era bem maior do que Elizabeth esperava. A mobília era pouca mas suficiente, apenas uma cama, um armário, duas cadeiras e uma mesa. Ela também reparou que Klaus retirara a chave de um dos bolsos da calça, sugerindo que ele a carregava o tempo todo.
    Ele simplesmente entrou no quarto, retirou o casaco de couro e pendurou nas costas de uma das cadeiras, sentando-se nela em seguida. Deixou escapar um longo e profundo suspiro, depois olhou-a com um sorriso estampado no rosto.
-E então mocinha, temos algumas coisa a conversar, mas creio que seja prudente atender de suas necessidades primeiro. Podemos jantar na taverna se você tiver fome, você pode dormir e até tomar banho se pedirmos a Laurence que prepare a banheira.
Um banho, aquela idéia ficou fixa na mente de Elizabeth, ela queria aquilo mais do que tudo, mas tinha um pouco de vergonha de pedir a Klaus que falasse com Laurence e mais ainda de pedir diretamente a ele. Klaus por sua vez pareceu notar que ela tinha vergonha de pedir a ele, então levantou-se e foi até a porta.
-Amanda, poderia vir aqui um instante?
Alguns instantes após Klaus dizer isso uma moça veio até a porta do quarto. Elizabeth ficou encantada com ela, devia ser muito jovem, apenas dois ou três anos mais velha que ela, tinha longos cabelos castanhos e usava um vestido bastante simples de algodão, era alta e tinha belíssimos olhos verdes. Ela encarou Klaus com um sorriso.
-Pois não senhor Klaus?
Ele sorriu para ela.
-Poderia cuidar de minha convidada? Tenho de resolver algumas coisas...
-Como quiser.
Klaus voltou-se para Elizabeth.
-Tenho alguns assuntos a tratar com Laurence, pode pedir a Amanda qualquer coisa que você queira.
Elizabeth concordou com a cabeça.
    Klaus retirou-se do quarto, Amanda encarou Elizabeth com um amável sorriso no rosto.
-E então senhorita, como eu posso servi-la?
Elizabeth se sentia mais a vontade para conversar com outra mulher então não se resignou a pedir.
-Eu gostaria de um banho.
-Irei providenciar, vai levar algum tempo até que a água esteja aquecida então pedirei que espere, virei chamá-la quando estiver tudo pronto.
-Certo.

    Klaus retornou a recepção e foi até o balcão de atendimento onde estava Laurence, que aparentemente já esperava por ele. Klaus estava serio assim como Laurence.
-Não adianta me pedir, não há nenhuma informação a respeito da menina, ao menos nenhuma que você não saiba já que ela foi vista pela primeira vez na cidade em sua companhia.
Klaus suspirou.
-Isso não me é surpresa, mas acho até bom que ninguém tenha informações, isso a torna confiável.
Laurence gargalhou, o que quebrou toda a tensão que estava no ar.
-Nunca entendi essa sua linha de pensamento.
Klaus sorriu.
-Ora, ela é muito simples, se não há informações a respeito de uma pessoa significa que ela não fez nada que as fofocas queiram espalhar, logo ela não fez nada de memoravelmente ruim.
-Mas você é mesmo desconfiado... A menina não deve ter mais de treze anos e você ainda sim vem checar se há alguma informação a respeito dela.
Klaus continuou a sorrir mas de uma forma que passava certo sentimento de tristeza, um sorriso que chegava a ser assustador.
-Você deveria saber melhor do que ninguém que a idade não significa nada.
Laurence tornou a demonstrar seriedade.
-Pode até ser... Mas são raras as crianças prodígio como você e ainda mais raras as como ela...
Klaus dirigiu-se mais até a escadaria que levava aos quartos, levantou uma das mãos em agradecimento a Laurence e retirou-se sem dizer mais nada.

    Amanda bateu a porta do quarto, imediatamente Elizabeth a abriu. Amanda sorriu e estendeu para ela uma toalha branca.
-Seu banho esta pronto senhorita, me acompanhe para que eu a leve até o lavatório.
Elizabeth concordou com a cabeça e acompanhou Amanda. Ela a guiou pelos corredores da estalagem até uma porta que ficava no fim de um deles. Elizabeth estava surpresa, não esperava que a estalagem fosse tão grande, principalmente levando em conta seu nome que passava certa impressão de que aquele era um lugar pequeno.
    Amanda destrancou  a porta do lavatório e entregou a chave a Elizabeth.
-Quando terminar desça até a recepção e entregue a chave a Laurence.
Elizabeth assentiu silenciosamente, Amanda sorriu e afagou sua cabeça.
-Se tiver qualquer problema me chame, vou indo agora.
Elizabeth assentiu com a cabeça. Amanda deixou o aposento fechando a porta ao sair, Elizabeth a trancou. Agora que estava sozinha ela aproveitou para dar uma boa olhada no aposento. Tratava-se de uma pequena sala com cerca de metade do tamanho do quarto onde ela e Klaus estavam hospedados. O chão era de mármore, provavelmente para evitar que se estragasse facilmente, e as paredes de madeira haviam sido forradas com papel de parede azul claro.  Ela despiu-se e mergulhou na banheira que ficava em um dos cantos, a água estava morna e muito agradável, provavelmente a espera fora para que aquilo fosse preparado. “Então este é o tipo de tratamento pelo qual Klaus paga... Os serviços dele devem ser tão caros quanto a conta da estalagem...”, tendo isto em mente ela mergulhou a cabeça na banheira. “Preciso contar a ele...Mas como?”.

    Klaus retornou ao quarto, Elizabeth ainda não retornará, então ele aproveitou a oportunidade, tirou do boldo uma pequena caderneta de capa negra, pegou uma pena que estava no armário e fez algumas anotações, ele se distraiu com aquilo até que alguém bateu a porta, ele se levantou e ao abri-la deparou-se com Amanda, que carregava um colchão.
-Vim trazer a cama extra.
Klaus limitou-se a sorrir e dar passagem. A rapariga entrou e rapidamente arrumou as coisas, fazendo com que o colchão estivesse separado da cama pela mesa, dando certa privacidade tanto a quem ficasse nele quanto a quem ficasse na cama. Terminando de aprontar o quarto Amanda foi até a porta, fitou Klaus com um malicioso sorriso no rosto e lhe falou num tom doce, porem provocante.
-Não vá fazer nada com a menina durante a noite em, ela é só uma criança.
Klaus gargalhou.
-Eu não faria nada com ela, primeiramente por meu censo de ética jamais permitir que eu fizesse algo com alguém tão jovem, segundo por ela não me despertar nenhum desejo...
Ao ouvir estas palavras Amanda se aproximou de Klaus, o bastante para beijá-lo se assim desejasse, seus olhos verdes estavam carregados de malícia e sua voz doce soava sedutora.
-E se for uma mulher mais velha, será que seu censo ético lhe impediria de fazer alguma coisa? Ou talvez você também não sinta nenhum desejo....
Klaus teve de desviar os olhos, ele sabia melhor do que ninguém o quão perigoso era o verde daqueles olhos. Ele a fasta ou delicadamente.
-Perdão Amanda... Estou a serviço... Então sugiro que você se afaste ou acabarei por quebrar meu próprio código de conduta...
Ela sorriu, afastou-se e foi até a porta, parando frente a ela por alguns instantes.
-Você e seus códigos de conduta... Bem, se precisar de algo chame, virei especialmente para você.
Klaus limitou-se a sorrir para ela.

    Elizabeth terminou seu banho, secou-se e foi direto para o quarto, cruzou com Amanda no corredor, aparentemente ela estava saído do quarto de Klaus, ela aproveitou para entregar-lhe a chave.
-Aqui esta Amanda, a chave da sala de banho.
Amanda pegou a chave e sorriu amavelmente, mas não disse nada. Elizabeth seguiu para o quarto, onde encontrou Klaus que estava em pé próximo a porta, aparentemente um pouco desconcertado.
-Esta tudo bem?
Ele pareceu voltar de repente de algum lugar distante, abrindo um sorriso para tentar disfarçar.
-A...Sim, sim, esta tudo bem... Vamos jantar?
Elizabeth baixou a cabeça.
-Antes acho que devemos conversar... E é melhor que seja aqui mesmo...
Klaus manteve-se sorrindo, mas agora era um sorriso um tanto quando carregado de seriedade.
-Se prefere assim... Também tenho algumas perguntas...
    Cada um sentou-se em uma das cadeiras, Elizabeth envolveu-se nos próprios braços, como se quisesse se proteger de algo, enquanto Klaus debruçou-se sobre a mesa.
-E então mocinha, o que você deseja conversar?
Ela desviava o olhar, não conseguia encará-lo, não depois de enganá-lo até aquele ponto.
-Eu bem... Sobre o contrato... Existe algo que eu não lhe contei...
-E o que seria?
Elizabeth se encolhe ainda mais.
-É que eu... Bem...-Respira fundo e prossegue- Eu não disponho de nenhum dinheiro para pagá-lo...
Klaus simplesmente deixou morrer o sorriso e a encarou inexpressivo.
-Eu já imaginava...
Ela finalmente tomou coragem e com os olhos cheios de lagrimas encarou-o.
-Então por que me trouxe até aqui...
Ele se manteve serio, mas suas palavras carregavam certa compreensão.
-Por que mesmo que eu desejasse mandá-la embora isso não seria possível sem deixá-la descansar, suas roupas também estavam demasiadamente estragadas, então lhe dei de presente estas novas.
Ela mais uma vez desviou o olhar e se encolheu na cadeira.
-Então você realmente pretende me mandar embora...
-Seria o normal a se fazer...
Os olhos de Elizabeth se encheram de lagrimas, ela esqueceu toda a timidez e qualquer pudor, levantou-se repentinamente e falou em meio aos soluços do choro.
-Mas eu... Eu posso pagar de outra forma! Deve haver algo que você precise... Uma serva talvez? Eu poderia servi-lo... Poderia fazer qualquer coisa... Eu até mesmo seria su...
Klaus também levantou-se e colocou delicadamente o dedo indicador em sua boca, silenciando-a.
-Jamais diga estas palavras por um motivo tão banal...
Dizendo isso ele torna a sentar-se.
-Antes que eu diga se irei ou não pegar o serviço permita-me uma pergunta... Por que você quer que esta bruxa seja derrotada? Eu sei que ela dominou sua vila, mas quero saber se há alguma razão além desta.
Elizabeth enxugou as lagrimas e se recompôs.
-Ela lançou um feitiço sob os habitantes de minha vila... Nenhum de nós sabe exatamente o que este feitiço fez, mas deis de que ela chegou as pessoas perderam seus sonhos... Eu não me incomodaria se ela nos escravizasse, nos torturasse ou nos matasse... Mas roubar nossos sonhos é cruel demais...
Klaus fechou os olhos em sinal de que estava ponderando, ficou assim, em silêncio por algum tempo, tempo este que para Elizabeth foi como a eternidade.
-Roubou os sonhos dos habitante é...
-Si...Sim...
-Entendo... Então é uma “fada do sono”....
-Fada do sono?
-Sim, um tipo de bruxa que usa feitiços voltados ao roubo de sonhos ou que causa pesadelos... Creio que é uma dessas....
-Entendo... Mas....
Klaus abriu um sorriso e afagou carinhosamente os cabelos dela.
-Uma fada do sono não há de me dar muito trabalho, então irei aceitar seu pedido, principalmente ao ver o quanto você quer salvar sua vila!
Elizabeth o encarou, ela não acreditou no que ouvia. A felicidade a dominou num rompante, fazendo-a abrir um maravilhoso sorriso, tão belo que fez com que Klaus acabasse encabulado. “Ele realmente é como eu imaginei...”. Klaus sorriu em retorno, tendo de desviar um pouco os olhos, pois a beleza e sinceridade daquele sorrio lhe eram perigos.
-Não há motivos para que eu não aceite... Até por que você acaba de me pagar... Este sorriso vale por todos os gastos que eu venha a ter...
Elizabeth não foi capaz de se conter e lançou-se sob Klaus, abraçando-o.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

#5 O olho do gato capítulo5:O homem na Bota Furada e a amiga Gisela

    Eoeo, post "ilustrado" finalmente (ok, na verdade ele não é ilustrado, ele contme uma ilustração), amanhã o caçador de bruxas, ou uma versão revisada e ampliada ou um capítulo novo.Savvy?

    Como de costume aquela hora a estalagem já estava cheia, muitos dos hospedes e moradores da cidade optavam por tomar o desjejum ali, uma vez que a taberna da estalagem era uma das melhores da cidade. Teana escolheu uma das mesas, a mais próxima do balcão que estava disponível, e sentou-se, não demorou até que Amanda, uma das raparigas que trabalhava na estalagem, viesse atendê-la.
-Bom dia Teana, o que vai querer hoje?
Teana a admirava, ela era belíssima, alta, cabelos castanhos, pele clara e olhos verdes. Todos os rapazes da cidade a desejavam, o que causava grande inveja nas outras meninas.
-Acho que vou querer o de sempre.
Amanda sorri com a resposta, se vira e vai até o balcão.
    Enquanto espera por seu desjejum Teana observa as pessoas a seu redor, era uma ótima forma de se passar o tempo e sempre era possível ver pessoas diferentes, mas naquela manhã em especial Teana deparou-se com seu objeto de estudo favorito. Ela não sabia seu nome, mas ele era um frequente cliente da estalagem e provavelmente um grande Amigo de Laurence, o dono da Bota Furada. Ele era um rapaz alto, cerca de 1,92m de altura, não devia ter mais de 25 anos de idade, cabelos negros até os ombros e sempre bagunçados, olhos verdes e sempre a mesma vestimenta, um longo casaco negro de couro. Teana o admirava a distância, embora tivesse uma atmosfera um tanto quanto assustadora ele sempre trazia um sorriso no rosto, como se estivesse sempre feliz. Naquela manhã ele sorria como sempre, mas pela primeira vez ele tomava o desjejum acompanhado, quem estava com ele era uma menina, praticamente uma criança, não devia passar dos treze anos, estava sentada mas sua baixa estatura era visível, seu cabelos eram longos e castanhos, e sua pele clara, algumas sardas no rosto, mas o que mais chamava atenção era o vestido azul, provavelmente obra de Verônica, a maior costureira da cidade. Enquanto os observava Teana percebeu que a garota conversava tranquilamente com ele, o que lhe causou certa inveja, mas logo que seu desjejum chegou ela esqueceu a cena que até então observava.
-Leite adocicado com mel e mingau de aveia com néctar da Flor de Caius, deseja mais alguma coisa ou apenas isso Teana?
Teana sorri para Amanda que deixava a bandeja na mesa.
-Só isso, muito obrigada Amanda.
-Não há de que.
Amanda deixou a bandeja e saiu para atender alguma das outras mesas. Teana ocupou-se de tomar seu desjejum.
    Ela deixou a estalagem assim que terminou o desjejum, direcionando-se diretamente a casa de Gisela, que ficava a poucas quadras dali. A entrada era uma pequena porta, quase escondida em meio as as entradas de lojas e portas para outras casas. Teana bateu a porta e não demorou para que Gisela a abrisse. Gisela era a melhor amiga de Teana, uma moça jovem, de cabelos ruivos não muito longos, curvas avantajadas e belos alhos azuis. Era tão bonita quanto Amanda, mas sua personalidade controladora e desconfiada afastava os rapazes, teana era uma das poucas pessoas que eram próximas dela. Teana reparou no vestido verde da amiga, ele devia ser novo, pois era a primeira vez que ela a via usando-o.
-Bom dia Gisela!
A moça se mostrou um pouco surpresa.
-Bom dia Teana, não esperava que viesse tão cedo.
Teana sorriu.
-É que hoje tenho algo a contar!
-Pois então entre!
    Dentro da casa de Gisela as duas se dirigiram ao quarto dela, onde costumavam conversar. Era um comodo pequeno, com uma cama, uma comoda, um sofá e uma grande janela que dava para a rua. Teana sentou-se na cama, como sempre fazia, enquanto Gisela preferiu acomodar-se no sofá.
-E então, o que você tem de tão interessante para contar a ponto de vir tão mais cedo do que o habitual?
Gisela estava muito curiosa a respeito, principalmente vendo o sorriso de Teana, mas mantinha a compostura de desinteressada.
-Eu encontrei um ser sobrenatural!
Gisela precisou digerir aquelas palavras por alguns momentos.
-Um ser sobrenatural? Como o que? Uma fada ou coisa assim?
Teana balançou negativamente a cabeça.
-Não não, algo muito mais interessante do que uma fada!
Gisela deixou morrer a compostura.
-Então o que foi que você encontrou de tão fascinante?
-Um gato!
Mais uma vez Gisela teve de digerir as palavras por algum tempo até entender que Teana se referia não ao animal gato, mas sim aos gatos citados nas lendas e livros infantis.
-Tem certeza que não era apenas alguém tentando enganá-la? Isso não seria la muito difícil, principalmente em se tratando de você...
Teana ficou um pouco chateada com aquelas palavras.
-Tenho sim... Nenhum humano seria capaz de fazer aquilo...
Gisela ficou um tanto quanto preocupada.
-Aquilo o que?
Teana animou-se, ela estava a espera daquela pergunta.
-Desaparecer em pleno ar, como se sue corpo fosse feito de uma fita que se desenrola e depois reaparecer da mesma forma!
Gisela assumiu uma expressão muito seria, Teana conhecia aquela face de Gisela, aquilo significava que algo a incomodava, e muito.
-O que foi Gisela...?
Gisela levantou-se, foi até Teana e tomou suas mãos.
-Teana, você tem de me prometer que jamais se encontrará com ele novamente!
Clique na imagem para ampliar

quarta-feira, 18 de maio de 2011

EOEO Estamos devolta

Conforme o prometido (uma semana depois mas ta valendo né...) a partir de hoje voltarei a postar no blog (aleluiaaleluiaaleluia). Amanhã o capítulo ilustrado do olho do gato que eu prometi a bastante tempo ja. Hoje, pra não passar em branco, um pensamento mundano:

Cantem meus pequenos pássaros da tempestade, para que vossas cantigas pintem o mundo com as nuvens cinzas de chuva na qual com ela irei me encontrar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pausa

Por onta de um projeto no qual me meti não haverão novos capítulos nem do olho do gato nem do caçador de bruxas até quarta.Savvy?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

2#Post Especial: Caçador de Bruxas Cap.2-Revisado e Ampliado

    Post especial hoje galera, Caçador de Bruxas revisado cap. 2: Roupas novas. Amanhã vai ter post especial do olho do gato, o capítulo 5, que virá acompanhado de ilustrações.Savvy?

    Klaus bateu na porta, após alguns momentos uma senhora abriu-a. Ela tinha baixa estatura, o rosto marcado pela velhice e caminhar um pouco curvado, mas não deixava de ser elegante. Ela trajava um vestido negro composto por diversas camadas e tinha os longos cabelos grisalhos presos m um coque por um alfinete dourado. Ela sorriu amavelmente ao ver Klaus.
-Ora se não é o famoso caçador. Achei que já não tinha mais tempo para visitar sua velha amiga.
Klaus sorriu ternamente.
-É bom ver que você esta saudável Verônica.
Em seguida ela se voltou para Elizabeth, olhou-a de cima a baixo, sorriu e voltou-se novamente para Klaus.
-Então arranjou uma namorada? Ela é bem bonita... Mas não é muito nova?
Elizabeth corou, ela não foi capaz de reagir, ela queria dizer que aquilo era um engano, mas estava envergonhada demais para fazê-lo. Quem reagiu foi Klaus, que limitou-se a coçar a cabeça envergonhado e soltar um sorriso desconcertado.
-Não.. Não é nada disso... Ela é minha contratante...
Verônica mais uma vez encarou Elizabeth, dessa vez de maneira mais demorada e minuciosa. Chegou mais perto, parecia pensativa.
-Não, não, não... Isso não esta bom mocinha... Precisamos dar um jeito nessas roupas, você não será levada a serio como a contratante de Klaus andando por ai com estes trapos! Venha, vamos entrar. -ela olhou para Klaus- Isso inclui você
    Os três entraram na loja, para Elizabeth aquela fora uma experiência única que revivera toda a animação inicial que ela teve ao ver a silhueta da cidade. Todo um mundo de roupas e apetrechos se encontrava dentro daquele lugar, prateleiras continham centenas de vestidos de todas as cotes, cabides continham os mais variados tipos de casacos e coletes, nas bancadas suportes carregavam chapeis coloridos, toda aquela diversidade de coisas fazia com que aquela pequena loja parecesse infinita. Verônica indicou a Klaus uma cadeira estofada que estava em um dos cantos da loja.
-Sente-se Klaus, eu irei levar esta menina até os fundos, você espera aqui, prometo traze-la de volta quando arrumar roupas que lhe sirva bem.
Klaus foi até a cadeira e sentou-se, olhou para Elizabeth e sorriu. Ela estava tão maravilhada que sequer foi capaz de esboçar qualquer reação, sequer estava completamente ciente do que estava acontecendo. Verônica pegou sua mão com delicadeza e sorriu  amavelmente.
-Vamos mocinha, as melhores roupas estão la atrás, e conhecendo Klaus, ele não aceitaria que eu lhe desse qualquer outra coisa senão o melhor.
    Verônica guiou Elizabeth para os fundos da loja onde havia uma pequena sala contendo os mais diversos tipos de roupas, quase tantas quanto na própria loja, algumas prontas e outras ainda nos manequins de costura.Elizabeth finalmente caiu em si, Aquela era uma loja de roupas, só havia uma coisa que ela poderia estar fazendo ali. Por um momento se envergonhou de suas próprias roupas, surradas e puídas por conta da viagem, mas logo depois sua preocupação tornou-se outra, quem iria pagar pelas roupas?
-Senhora Verônica...
Verônica voltou-se para Elizabeth com olhar interrogativo.
-Algum problema menina?
-Desculpe-me... Mas quem irá pagar pelas roupas?
Verônica sorriu.
-Não se preocupe, Klaus dará um jeito nisso.
-Mas...
-Mas nada, não se preocupe com isso, por hora apenas aceite o presente, e se realmente quer agradecer a Klaus trate de ficar bonita.
Elizabeth corou.
-Si...Sim...
Verônica abriu uma gaveta da estante e dela tirou uma fita métrica.
-Terei de tirar suas medidas, importa em despir-se?
Elizabeth fez que sim com a cabeça, ela abriu os botões do vestido e deixou-o cair no chão. Começou a desatar os nós do espartilho branco, mas foi detida por verônica.
-Tirar apenas o vestido já basta, você pode ficar com o espartilho...-Ela deu uma boa olhada no corpo mirrado de Elizabeth, prestando muita atenção no espartilho finamente trabalhado.- Quem via suas roupas não esperaria por uma peça tão fina...Você deve ter passado por bons bocados...
-Sim...
    Levou cerca de uma quinze minutos para que Verônica terminasse de tirar as medidas de Elizabeth.
-Pode descansar agora, irei procurar por boas roupas que lhe sirvam ou possam ser facilmente ajustadas.
Elizabeth se sentou em uma cadeira que estava próxima, Verônica vasculhou as prateleiras e cabides, pegou deles um vestido azul escuro e outro preto, ambos simples mas visivelmente muito bem feitos.
-Experimente-os.
Elizabeth vestiu ambos, serviram perfeitamente e ela se daria por satisfeita em tê-los, mas Verônica ainda parecia insatisfeita, então voltou as prateleiras e cabides e dessa vez pegou deles uma faixa vermelha trançada e um colete branco de seda.
-Tente usar a faixa em conjunto com o vestido azul e o colete com o vestido preto.
Elizabeth o fez, Verônica sorriu mas ainda parecia irrequieta.
-Daremos um jeito em seus cabelos agora.
Mais uma vez Verônica abriu a gaveta, tirou dela algumas fitas e um pente. Ela arrumou os cabelos de Elizabeth como pode e entregou para ela uma fita vermelha.
-Guarde esta e use-a quando quiser impressionar Klaus. Agora vista o vestido azul, não se esqueça da faixa trançada... Iremos mostrá-lo a Klaus.
-E quanto ao vestido preto?
Verônica sorriu.
-Não o mostre a Klaus ainda, seria melhor guardá-lo para uma ocasião mais especial.
Elizabeth corou, ela não entendeu muito bem por que ficou envergonhada ou por que Verônica lhe disse aquilo, mas decidiu concordar.
        As duas voltaram para a primeira sala e encontraram Klaus ainda sentado, ele olhava para um ponto fixo no espaço completamente perdido em seus pensamentos. Verônica foi até ele e apertou suas bochechas.
-Não é educado não prestar atenção quando uma bela moça entra no recinto Klaus.
Klaus imediatamente voltou ao “mundo real” e olhou ao redor, repousando a visão sobre Elizabeth. Ele a observou por alguns momentos, ela realmente estava muito bonita, agora que já não trajava as vestes de viagem ele pode perceber o quão bonita ela realmente era. “Ela vai ser linda quando for mais velha...”. Elizabeth percebeu que Klaus a observava, se encolheu sobre si mesma e corou. Verônica soltou uma sonora gargalhada.
-Como eu pensei, ela realmente é o seu tipo não é mesmo Klaus?
Klaus apenas riu desconcertadamente.
-Bem... E quanto vai me custar tudo?
Verônica sorriu.
-Não seja tolo! A divida de gratidão que eu tenho para com você é algo que o valor de todas as peças de roupa desta loja juntas não pode pagar, além do que, mesmo que não fosse um pedido seu eu daria de bom grado minhas criações a uma menina tão bonita.
-Bem, então nós já vamos...
Verônica entregou a Elizabeth uma bolsa com as outras peças de roupa e despediu-se, em Klaus ela deu um abarco que ele retribuiu.
-Volte quando puder.
-Pode deixar...

    Klaus e Elizabeth voltaram a perambular pela cidade, ela caminhava orgulhosa de suas roupas novas, ela estava feliz com elas, principalmente quando percebeu que aquelas roupas chamaram a atenção de Klaus. Ela não sabia por que, tinha encontrado aquele homem a poucas horas, mas já sentia que podia confiar nele, queria estar perto dele, mas ainda havia uma preocupação, ela não contara a ele qual a real natureza do trabalho e não tinha nenhuma certeza de que ele iria aceitar o trabalho depois que ele soubesse de tudo.
    Ambos seguiram caminhando, hora por ruas largas, hora por vielas estreitas, continuaram até chegarem a um beco sem saída onde haviam algumas casas, uma delas com luzes acesas e musica animada. A placa dizia “Estalagem Bota Furada”, o nome era um tanto quanto pitoresco, mas parecia ser um local muito aconchegante. Os dois entraram, no hall de entrada havia um balcão de atendimento, uma porta que aparentemente levava a taverna e uma escadaria. Não havia atendente, então Klaus tocou o pequeno sino que estava acima do balcão, logo um homem apareceu para atende-los. Era um senhor que já deveria ter cerca de cinqüenta ou sessenta anos, tinha ombros largos, cabelos castanhos acinzentados bem cortados e barba bem aparada, ele trajava roupas simples de couro curtido. Ao ver Klaus o homem sorriu.
-KLAUS! A quanto tempo velho amigo!
-A quanto tempo Laurence!
-E então? Veio finalmente visitar a cidade? Achei que você nunca mais fosse sair daquele chalé empoeirado!
-Muito engraçado Laurence, mas não, estou aqui a trabalho, você sabe muito bem que eu não saio do meu chalé empoeirado sem ser a trabalho.
Laurence deixou escapar uma sonora gargalhada.
-Realmente, um preguiçoso que jamais deixa seu chalé!
Klaus apenas riu.
    Laurence que até então dera atenção apenas a Klaus voltou-se para Elizabeth, encarou-a por alguns instantes e depois sorriu.
-É bem raro ver você acompanhado de uma mulher...
Elizabeth acanhou-se, Klaus pareceu ignorar aquele comentário.
-Bem... Tratemos de negócios Laurence, eu gostaria de um quarto para esta noite.
Laurence pareceu surpreso.
-Um quarto? Mas você já não tem um?
-Sim, mas não creio que eu deva dividi-lo com ela...
-E quanto ao seu chalé?
Klaus apenas apontou para a porta que levava até a rua, Laurence deu uma boa olhada e pode reparar que o dia estava em seu limiar, em poucos minutos a noite teria inicio.
-Compreendo... Então já passamos das oito horas... Bem... Sinto informar mas não temos mais nenhum quarto vago... Permite-me uma pergunta?
-Claro.
-O quarto seria para a mocinha?
-Obviamente.
Laurence deixou escapar uma sonora gargalhada, depois olhou Klaus com um sorriso malicioso.
-Tem certeza de que não quer dividir o quarto com esta belezinha?
Klaus fez uma expressão debochada, porem assustadora, e começou a estralar os dedos das mãos.
-Você esta me dizendo que eu sou o tipo de pessoa que faria algo com uma criança ou esta me dizendo para fazer algo com uma criança?
Laurence recuou um pouco.
-Eu estava brincando...!Mas realmente não temos quartos vagos... O maximo que posso fazer por vocês é pedir a minhas meninas que adicionem uma cama ao seu quarto...
Klaus pareceu pensativo e voltou-se para Elizabeth.
-Esta tudo bem assim para você?
Elizabeth pensou por alguns momentos, não era muito confortável dividir o quarto com um completo estranho, principalmente sendo um homem, mas a situação era favorável, ela poderia vir a se aproveitar disso para ter uma conversa mais reservada com Klaus.
-Sem problemas...
Klaus sorriu e tornou a voltar-se para Laurence.
-Mande colocarem a cama extra, vamos dividir o quarto.
Laurence sorriu.
-Imediatamente!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

#4 O olho do gato capítulo4:O lobo que tudo sabe


    Teana abriu e fechou a porta o mais silenciosamente possível, subiu as escadas na ponta dos pés, entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si. Como não encontrou ninguém no caminho concluiu que seus pais ainda dormiam, o que a deixou aliviada, ela ensaiara muitas vezes uma desculpa por sair de casa tão cedo com aquele tipo de vestimenta mas tinha certeza de preferir não usar tal desculpa. Jogou a coberta na cama, deixou cair a camisola e foi até o armário, tirou dele um vestido simples, de mangas longas e cor marrom, vestiu-o e foi até o lavatório. Lavou o rosto, ajeitou os cabelos, prendeu-os com um fita vermelha e saiu. Mais uma vez desceu as escadas, mas desta vez não se preocupou em não fazer barulho, foi até a cozinha e deixou um bilhete, “fui até a feira matinal, irei almoçar com Gisela, portanto não esperem-me para o almoço”. Pegou uma cesta vazia que estava na cozinha, calçou os sapatos que estavam ao lado da porta de entrada e saiu.

    Recostada a parede do beco estava uma mulher, ou o que deveria ser uma julgando as curvas visíveis, com o corpo recoberto por uma capa negra e o rosto oculto por um capuz. Ela parecia esperar por alguém, mas ainda era cedo e não havia ninguém nas ruas, exceto um alto e magro homem de cabelos brancos, cartola, terno surrado e bengala em mãos. Ele foi até o beco e fez uma mesura perante a mulher.
-A quanto tempo Eliza...
Ela fez sinal para que ele a segui-se. Os dois caminharam pelo beco até chegarem a uma pequena porta, a mulher a abriu e convidou-o para entrar. Era um aposento pequeno, contendo apenas uma mesa e duas cadeiras. A iluminação fraca era proveniente de duas velas acesas sobre a mesa. Os dois entraram, a mulher fechou a porta e trancou-a. Ele sentou-se em uma cadeira e ela livrou-se da capa. Era uma bela mulher, cabelos castanhos encaracolados amarrados em um coque, curvas avantajadas e pele branca. Ela trajava um longo vestido negro com diversas fitas brancas entrelaçadas nele, o conjunto era magnifico, mas o que chamava mais atenção eram os olhos azuis claros, semelhantes aos de um lobo. Ela também sentou-se.
-Bela como sempre...
Ela sorriu.
-Agradeço o elogio Scrödinger... Mas diga caro rei, o que o trás a mim? Foi um chamado deveras repentino...
Ele retirou a cartola e deixou-a sobre a mesa.
-Bem, também foi inesperado para mim... Mas eu estou realmente precisando das informações coletadas pela minha querida informante.
Ela gargalhou e debruçou-se sobre a mesa.
-E o que o rei gostaria de saber desta vez?
-Teana Einzburn, algo a dizer sobre ela?
Eliza rodou os olhos em sinal de que estava tentando recordar-se de algo.
-Teana... Bem, o que dizer sobre ela... Um pouco avoada para a idade mas é bastante querida pelas pessoas da vila, ajuda bastante os pais e é um tanto popular entre os rapazes.
Scrödinger pareceu pensativo, ele esboçou uma expressão indecifrável e fez alguns momentos de silencio antes de prosseguir.
-Então... Acha que ela serve?
Eliza voltou a postura correta e fitou Scrödinger com uma meiga expressão de curiosidade.
-Pretende entregar uma gema para ela?
Scrödinger sorriu.
-Exatamente!

    Teana chegou ainda bem cedo, haviam poucas barracas da feira já abertas, a grande maioria dos feirantes ainda estavam arrumando seus estandes. Ela já sabia que era ainda muito cedo, mas foi de propósito que ela chegou naquele horário, do contrário, ela não poderia apreciar o delicioso café da manhã em sua estalagem favorita, a “Bota Furada”.

terça-feira, 3 de maio de 2011

#37Caçador de Bruxas-Capítulo 36-O Terror que ainda não veio


    Elizabeth dormia tranquilamente no colo de Klaus. A menina estava sentada ao lado dele, brincando com as pétalas que caiam das cerejeiras.
-E então, o que achou dela Klaus?
-Bem, ela não lançou o feitiço tão bem quanto deveria, precipitou-se em usá-lo e acabou queimando mais energia do que dispunha, fez uma mira deplorável... Mas até que ela percebeu bem rápido que podia usá-lo... Eu não esperava que ela entendesse tão rápido que podia controlar o sonho...
A menina sorriu.
-Ela foi tão rápida quanto você...
-Talvez.
A menina transformou o sorriso em seriedade.
-Mas diga... O que ela faz aqui? Ainda não entendi por que Verônica a deixou entrar...
Klaus coçou a cabeça com uma das mãos.
-Bem...É uma história complicada...
-Temos bastante tempo... Ela não vai acordar tão cedo.
-Tudo bem... Se você quer saber, não há por que não contar... Você se lembra da noite em que eu vim aqui? Bem, aquela foi a noite anterior a minha partida... Você também deve se lembrar do meu aviso...
-Sim... Você disse qualquer coisa sobre a possibilidade de ativar o plano de emergência...
-É... Dessa vez eu teria de levá-la, a cliente, comigo...
A menina deixou algo próximo ao desespero tomar conta de seus olhos.
-Espere... Então se ela esta aqui quer dizer que ela...
Klaus baixou a cabeça e fechou os olhos.
-Sim... Ela foi exposta ao “Izual”...
A menina encarou Klaus com olhos cheios de medo, ela se levantou e afastou-se um pouco.
-Ela ainda não teve nenhuma reação?
-Aparentemente não...
A menina suspirou aliviada mas manteve a seriedade.
-E o que você pretende fazer se ela não vencer?
Klaus mais uma vez fez a terrível expressão de seriedade, a mesma que tanto aterrorizava Elizabeth.
-Ai eu irei matá-la com minhas próprias mãos...

    Elizabeth abriu lentamente os olhos, ela agora estava mais uma vez no jardim de Verônica, que a encarava sorridente.
-Voltou mais cedo do que eu esperava...
Elizabeth sentia uma forte dor de cabeça, levantou-se com a ajuda de Laurence.
-Parece que eu adormeci no sonho... Eu não esperava que isso me fosse me fazer acordar...
Verônica sorriu.
-Nem tudo acontece como planejamos... Mas e então, como foi la?
-Eu ainda não consegui pegar a maçã... Mas já consigo usar a lâmina de pétalas... Mas acho que só funciona la dentro...
Laurence riu.
-Quase tão rápido quanto Klaus!
Elizabeth votou-se rapidamente para ele.
- É mesmo! Quase me esqueci... Klaus estava la!
Verônica e Laurence a olharam surpresos.
-Klaus?
-Sim...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

#3 O olho do gato capítulo3:Promessa

   
    Teana e Scrödinger ficaram entreolhando-se por alguns momentos, ela o olhava com grande interesse e curiosidade, um dos grandes sonhos de sua vida era encontrar uma entidade sobrenatural e agora ela tinha uma bem a sua frente e não uma qualquer, era o legendário gato, o rei de todos os imortais. Ele por sua vez a encarava com curiosidade, ele não podia deixar de pensar nas palavras que Folks proferirá antes dele partir, seria aquela garota a quem ele procurava? Apenas o fim da conversa diria.
-Então você é um gato... E o que veio fazer aqui?
Ele sorriu ternamente.
-Eu procuro por alguém.
-E quem seria?
-Não sei.
-E como saberá se encontrar essa pessoa?
Ele levou um tos dedos ao queixo e olhou para o céu.
-Bem... Esta é uma boa pergunta... Acho que provavelmente a pessoa que eu procuro é a primeira que eu encontrar...
Os olhos de Teana brilharam e mais uma vez ela se esqueceu dos pudores e se aproximou mais de Scrödinger do que as boas maneiras permitiam, mas desta vez ele não a afastou.
-Então você procura por mim?
Ele a olhou nos olhos e abriu um misterioso sorriso.
-Provavelmente.
Teana encarou aquele sorriso sem compreender o que ele queria dizer, ela não sabia se havia malicia ou felicidade naqueles lábios.
-E então, o que acontece agora que você encontrou quem procurava?
Ele desviou o olhar para além da colina, para algum lugar visível apenas para olhos imortais.
-Quem sabe, eu diria que tudo depende da pessoa que foi encontrada.
Teana se afastou e olhou para o céu pensativa.
-E o que você espera desta pessoa?
Ele tornou a olhar para ela.
-Bom, ainda é cedo para dizer, talvez eu precise de um dia para ponderar...
Teana agarrou a manga da camisa de Scrödinger.
-E como você pretende me encontrar?
Ele sorriu e afagou os cabelos dela.
-Simples minha jovem, esteja aqui a esta mesma hora amanhã e eu trarei uma resposta.
Ela sorriu.
-Eu estarei aqui!
Ele gargalhou e bateu palmas.
-Ótimo! Então temos um acordo... Qual seria o seu nome?
Ela soltou a coberta, não se importava mais em ser vista de camisola, afinal, ele não era humano, e se desejasse causar algum mau já o teria feito. Baixou a cabeça e fez uma extravagante mesura.
-Teana Einzburn a seu dispor majestade!
Ele sorriu e deu as costas para ela. Mais uma vez seu corpo pareceu desenrolar-se como uma fita e desaparecer.
-Então até amanhã, Teana Einzburn...

    Teana desceu a colina cantarolando, ela estava feliz, muito feliz. Como se assistir ao nascer do sol já não fosse um espetáculo maravilhoso ela ainda encontrou Scrödinger e além de tudo isso ele ainda procurava por ela, ela, em meio a tantos humanos ele acabou encontrando ela. Nada podia ter  saído melhor naquela manhã, tudo o que restava fazer era ir até a casa de Gisela e relatar a ela o acontecido.

domingo, 1 de maio de 2011

#36Caçador de Bruxas-Capítulo 35-Lâmina de Pétalas

    Elizabeth ficou boquiaberta, aquilo era ridículo, como ela iria pegar a maçã da menina se ela estava ali, flutuando a dez metros de altura? Não seria possível chegar até la sem asas, talvez se ela estivesse mais próxima as cerejeiras, mas aquele lugar era uma clareira.
-Isso não é justo!
A menina gargalhou.
-Não é possível? Mas é claro que é, basta usar a Lâmina de Pétalas para derrubar a maçã!
Teana fez cara de chateada.
-Mas como vou fazer isso se eu preciso comer a maçã para aprender a magia?
-Você vai ter que se virar com isso.
    Elizabeth sentou-se, cruzou os braços, fechou os olhos e começou a meditar. Ela precisava encontrar uma forma de usar aquele feitiço, mas como? Ela só poderia usá-lo depois de comer a maçã, antes disso ela não saberia quais palavras usar para evocá-lo. Ela permaneceu ali sentada por quase uma hora, pensando em como iria usar a lâmina de pétalas sem comer a maçã até ter uma idéia. Ela lembrou-se de que estava dormindo, portanto aquilo deveria ser um sonho, mesmo que ela estivesse no mundo da macieira ainda era um sonho, um sonho dela, portanto ela poderia fazer o que bem desejasse. Ela se levantou com um sorriso vitorioso estampado em seu rosto, encarou a menina que flutuava acima dela, apontou dois dedos para ela e entoou a plenos pulmões.
-”Que neste sonho que é meu domínio as cerejeiras obedeçam meu chamado e que suas pétalas me permitam atacar com a força necessária para a maçã derrubar...Quarta invocação da canção destrutiva: Lâmina de Pétalas!”
    As pétalas que caiam das cerejeiras pareceram se agrupar e uma luz rosada as envolveu. Quando uma grande quantidade delas já estava reunida Elizabeth rapidamente baixou o braço e a luz, juntamente com as pétalas, tomou a forma de uma lâmina e foi em direção da menina, que acabou por desviar.
    A menina gargalhou e encarou Elizabeth com um largo sorriso no rosto, Klaus fez o mesmo.
-Muito bom, agora você só precisa aprender a usá-lo direito.
Elizabeth sorriu.
-Pode deixar, não vou errar o próximo...
Ela mau terminou sua frase e cambaleou, perdeu o equilíbrio e teve sua queda aparada por Klaus, que precipitou-se para segura-la.
-Desculpe Klaus... Eu devo ter me distraído...
Ele sorriu.
-Não seja boba, desculpas não vão adiantar nada, é seu primeiro feitiço, é claro que esta cansada...
Ela se aninhou nos braços dele e se entregou ao sono, deixando palavras distorcidas por um bocejo escaparem antes de adormecer.
-Se não preciso de desculpas deixe-me dormir....