sábado, 30 de abril de 2011

#2 O olho do gato capítulo2:Teana e o Gato

   
    O galo cantou pontual, sua canção ecoou por toda a região e o sol obedeceu a seu comando, os raios de luz dourada não tardaram a iluminar a paisagem, pintando tudo de dourado. Teana amava aquele espetáculo e daquela colina ela tinha a mais privilegiada visão dele, sempre que podia ela ia até la para assisti-lo.
Findado o nascer do sol Teana sorriu alegremente, deitou-se em meio as margaridas e fechou os olhos, o sono veio e ela não ofereceu nenhuma resistência a ele, adormeceu.

Scrödinger seguiu para oeste como Folks lhe dissera para fazer. Caminhava lenta e despreocupadamente com um simpático sorriso estampado no rosto. O número de árvores foi reduzindo gradativamente até que se tornassem poucas, ele já não estava mais no bosque e a dita coluna estava visível. Ele suspirou e foi até la.
Abriu os olhos e deu de cara com um estranho. Era um homem de cabelos totalmente brancos, olhos azuis com pupilas verticais, terno negro surrado, cartola e uma bengala. Ele sorria para ela e a fitava nos olhos, por algum motivo ele tinha uma presença estranha, a sensação de estar com ele não era a mesma de estar com uma pessoa normal, era como se ele não fosse humano. Ela levantou-se rapidamente, afastou-se dele e apertou o cobertor ao redor de seu corpo, tentando impedir que aquele estranho a visse de camisola.
-Quem é você?
O estranho curvou-se respeitosamente, prestando reverência.
-Peço perdão, não tinha intenções de assustá-la...
Teana o encarou por alguns momentos, ele continuava a sorrir e seus olhos expressavam sinceridade. Ela suspirou, não havia muito o que fazer então era melhor descobrir o que ele queria para que ele fosse embora.
-Não se preocupe, apenas não esperava alguém por aqui tão cedo... Mas agora diga, quem é você?
Ele fez uma pomposa mesura.
-Eu sou humilde servo do céu estrelado, andarilho a serviço dos quatro ventos, senhor dos seres imortais e inimigo do rei da espada de ébano, eu sou Scrödinger, o gato.
Os olhos de Teana brilharam, por mais estranho que aquelas palavras pudessem soar elas faziam algum sentido, a estranha aura que ele emanava e os olhos verdes iguais aos de um gato. “Então ele é como os seres das lendas...”. Ela sorriu, aproximou-se um pouco dele com os olhos carregados da mais sincera curiosidade.
-Então você é um gato, como aquele das lendas?
Scrödinger riu.
-Não sei, isso dependeria de que tipo de lenda você escutou.
Ela deu mais um passo a diante, estando agora bem perto dele.
-Um ser imortal que não é nem humano nem fera que vaga pelo mundo com um proposito desconhecido... Este é você?
Scrödinger olhou para o alto e levou um dos dedos ao queixo em sinal de que estava pensando.
-É... Creio que esta história seja sobre mim...
Teana estava tão entusiasmada com aquilo que chegou ao ponto de colocar suas mãos sob os ombros de Scrödinger e aproximar bastante seu rosto do dele.
-SERIO!?
Scrödinger pareceu se incomodar um pouco com a proximidade, chegando a afastá-la delicadamente, ela quando percebeu se envergonhou por deixar-se levar e ter chegado tão perto de um homem desconhecido.
-Perdão... Deis de pequena fui apaixonada pelas lendas a respeito de seres sobrenaturais que acabei me deixando levar...
Ele sorriu amigavelmente.
-Não se preocupe com isso.
Teana encarou-o com olhar serio, ela acreditava nele, mas sabia que o mundo era um lugar cruel recheado com tofo o tipo de pessoa, era bem possível que ele estivesse mentindo.
-Permita-me perguntar senhor Scrödinger, mas antes que continuemos esta conversa eu preciso ter certeza de uma coisa...
-Pode perguntar o que quiser.
Ela fitou-o nos olhos.
-Como posso ter certeza de que você não esta mentindo?
Ao contrario do que ela esperava ele gargalhou.
-É muito bom ouvir esta pergunta, quer dizer então que os humanos ainda tem o bom senso de não acreditar em qualquer coisa que escutam por ai! Mas voltando a sua pergunta, creio que a única forma de responder seja mostrando a você o que faz de mim alguém que deixou de ser humano mas não chega a ser uma fera...
Scrödinger tirou a cartola e afastou os cabelos deixando suas orelhas a mostra, elas eram pontiagudas e alongadas com as pontas semi bifurcadas.
-E então, quer mais alguma prova?
Para Teana aquilo bastava, mas ela decidiu por a prova até onde Scrödinger era o que dizia ser.
-Isso não significa nada, você pode ter nascido com orelhas diferentes... Eu preciso de algo que me convença, algo que um humano jamais conseguiria fazer...
Scrödinger sorriu, ele parecia estar se divertindo com aquilo, quase tanto quanto Teana. “Preciso agradecer Folks mais tarde, ele estava certo quando me disse para prestar atenção em garotas com cabelos dourados”. Ela esperava ansiosa pelo que ele iria fazer, aquela situação era estranha, quase insana, conversar com um estranho com propósitos desconhecidos e discurso absurdo, mas ainda sim acreditava nele, alguma coisa a impelia a não duvidar.
Scrödinger fincou a bengala no chão e abriu os braços. Ele sorriu de maneira vitoriosa e fitou teana nos olhos.
-Preste bastante atenção mocinha, pois agora você terá de confiar em seus olhos e em sua própria sanidade.
Teana dedicou toda a sua atenção a ele. A principio nada aconteceu, mas não tardou a ocorrer algo impossível. Diante dos olhos dela o corpo de Scrödinger começou a sumir, parecia que ele era construído a partir de uma fita que agora se desenrolava. Não demorou até que ele tivesse desaparecido. Ela ficou impressionada, agora não restavam duvidas, qualquer conceito racional aceitaria que ele realmente era o que dizia ser.
-Tudo bem, eu acredito em você.
-Que bom, se isso não a convencesse eu não saberia o que fazer...
A voz veio de trás dela, ela virou-se e Scrödinger estava la, apoiado na bengala e sorrindo alegremente.
-Creio que agora possamos retomar o rumo original da conversa, estou certo?
-SIM!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

#35Caçador de Bruxas-Capítulo 34-Pegue a maçã


   A menina aplaudiu alegremente, sorrindo de maneira suspeita, ergueu uma das mãos, na qual surgiu mais uma vez a maçã.
-Primeiramente permita-me explicar mocinha, antes de mais nada você deve saber que eu não sou uma macieira qualquer, eu sou uma das trezentas macieiras plantadas pela deusa Rise ainda nos primórdios da existência do mundo, isso quer dizer que eu posso lhe ensinar apenas um feitiço.
Elizabeth sinalizou com a cabeça que havia compreendido, a menina prosseguiu.
-O feitiço que eu posso ensinar se chama “Lâmina de Pétalas”, é o de número quatro.
Elizabeth a encarou em duvida.
-E qual é a cantiga para invocá-lo?
A menina gargalhou.
-É isso o que você deve aprender ao comer a maçã, cada um cria sua própria cantiga ao comê-la, mesmo que eu lhe diga uma o feitiço não irá funcionar.
-E como eu consigo a maçã?
A menina sorriu maliciosa.
-Basta conseguir tira-la de minhas mãos!
Elizabeth riu.
-Então será fácil!
A menina e Klaus gargalharam em coro.
-Acha mesmo que é algo assim tão simples mocinha?
Klaus também se pronunciou.
-Acredite Elizabeth, é bem mais complicado do que parece...
-E por que seria assim tão difícil?
Klaus explicou sorrindo.
-Bem... Digamos que existem duas maneiras, a primeira é ser capaz de voar pois ela é...
-E a segunda?
-Ser capaz de usar a lâmina de pétalas para derrubar a maçã...
Elizabeth protestou.
-Mas assim será impossível! Como você pegou?
Klaus gargalhou.
-Bem, eu não sou capaz de voar... Então só sobrou uma forma...
A menina os interrompeu.
-Calma la moçinha, você deve conseguir isso sozinha! E então, esta pronta?
-SIM!
A menina levitou até atingir cerca de dez metros de altura.
-Pois então venha e pegue a maçã.

terça-feira, 26 de abril de 2011

#1 O olho do gato capítulo1:O vento que leva a colina do oeste

Conforme o que postei ontem ai esta, uma história "nova" (que na verdade é mais velha que o caçador de bruxas em sua idéia de origem).Originalmente era um roteiro para peça de teatro (na verdade ainda é) que decidi enrriquecer, espero que gostem.Savvy?

    Era ainda muito cedo, as estrelas ainda brilhavam no céu e a lua ainda repousava em meio ao colchão de estrelas quando Teana despertou. Sentou-se na cama e espreguiçou-se, levantou e foi na ponta dos pés até o lavatório. Encontrou a maçaneta da porta tateando no escuro, abriu-a e entrou no pequeno lavatório. Ascendeu uma das velas que estava sobre a pia e olhou-se no grande espelho que estava pendurado na parede. Os longos cabelos dourados estavam desgrenhados por conta da noite de sono, os olhos verdes estavam inchados de sono e a pele branca continha as marcas do lençol. Ela jogou um pouco de água no rosto para despertar, ajeitou os cabelos como pôde, cobriu a camisola branca com uma coberta, desceu as escadas na ponta dos pés para não acordar seus pais, abriu delicadamente a porta e saiu.
    O céu estava belíssimo,a lua estava cheia o que reduzia o numero de estrelas visíveis, mas proporcionava uma bela vista da paisagem sob sua luz prateada. Teana deu a volta na casa e dirigiu-se para a colina que ficava atrás desta. Caminhou descalça pela relva já molhada pelo orvalho, mesmo no escuro não teve problemas, o caminho já era um velho conhecido. Já no alto da colina ela sorriu e sentou-se em meio a margaridas que ali cresciam, aninhou-se em seu cobertor e voltada para leste aguardou o espetáculo que em breve teria inicio.

    A aparência daquele homem destoava da paisagem, alto e esguio, cabelos negros bagunçados, terno negro surrado, cartola, sapatos de couro e uma bengala, uma figura certamente inesperada em um local como uma floresta de pinheiros, a única coisa naquele homem que não destoava do cenário selvagem eram seus olhos azuis com pupilas iguais as de um gato.Yuuri era seu nome e ele estava de péssimo humor, odiava não saber que rumo tomar e detestava ainda mais ter de perguntar isso ao mais detestável ser que ele conhecia. Caminhava em meio ao bosque de pinheiros a passos largos e pesados, bufando a cada tragada do ar. A bengala deixava sua marca a cada passo e as vezes encontrava uma pedra, produzindo um estridente ruído metálico que apenas irritava Yuuri ainda mais. Ele parou der repente, observou ao redor, respirou fundo como se estivesse farejando e falou com voz grave e em tom severo.
-Apareça logo Folks, não ouse testar minha paciência com seus joguinhos!
De trás de uma árvore surgiu uma figura excêntrica. Um homem de estatura mediana, muito magro, trajando culotes amarelos e uma estranha capa vermelha que lembrava asas, tinha cabelos loiros e olhos num tom castanho avermelhado semelhantes aos olhos de um pássaro. Ele trazia no rosto um sorriso debochado, fez uma  cínica mesura para Yuuri e falou em tom de ironia.
-Perdão vossa alteza, mas sabe como joguinhos me agradam.
Yuuri limitou-se a fulminá-lo com os olhos, Folks pareceu entender pois baixou a cabeça em sinal de respeito.
-E então, já sabes para onde devo seguir?
Folks dobrou a cabeça para o lado de maneira debochada, Yuuri demonstrou não gostar, o que pareceu fazer com que Folks se alegrasse. Ele falou em um tom extremamente dramático, gesticulando a cada palavra.
-Mas é claro que sei majestade, se não o soubesse qual seria minha utilidade? Afinal de contas, eu recebi um olho para ser aquele que o caminho aponta! Se eu não o fizesse o que seria de mim? Apenas mais um pássaro inútil a voar no céu! Não?
O excesso de dramatização comumente empregado por Folks deixava Yuuri extremamente irritado, ele mais uma vez fulminou-o com os olhos, mas desta vez não houve nenhuma reação por parte de Folks.
-Então pare com seus malditos rodeios e diga de uma vez para onde devo seguir!
Folks não se deixou amedrontar pelo tom severo empregado por Yuuri, pelo contrario, ele pareceu não se importar, sua reação foi simplesmente dobrar a cabeça para o outro lado.
-Perdão vossa magnificência, irei dizer sem mais delongas!
Yuuri suspirou e praguejou a si mesmo por ter elegido alguém tão excêntrico para ser um de seus companheiros.
    Folks endireitou-se, fechou os olhos por alguns momentos e quando tornou a abri-los eles apresentavam um brilho amarelado, ele olhou pra o céu, estendeu os braços e declamou em tom amigável.

Que cante o pássaro azul se o vento a seguir soprar do sul;
Que gorjeie o pássaro campestre se o vento a seguir vier do leste;
Que assovie o pássaro lorde se o vento a seguir vagar pelo norte;
E que pie o pássaro silvestre se o vento a seguir correr pelo oeste!”
  
    Poucos instantes após a declamação de Folks foi possível ouvir pio vindo do meio dos pinheiros, Folks fechou mais uma vez os olhos, desta vez quando os abriu eles haviam voltado ao normal. Ele olhou para Yuuri e mais uma vez abriu um sorriso cínico, voltando a falar em tom de ironia.
-Siga pelo oeste, de onde corre o vento de tempestade! No fim de seu caminho encontrará uma casa simples de família, atrás da casa há uma colina, é la que o vento deve levá-lo!
Yuuri agradeceu com um gesto e retomou seu caminhar, Folks gargalhou cinicamente falou em tom de deboche.
-O rei é sempre apressado, sequer me deixou terminar!
Yuuri encarou-o com ares de quem já perdeu a paciência e falou em tom ameaçador.
-Então termine de uma vez pássaro maldito, antes que eu lhe arranque as asas!
Desta vez a ameaça pareceu ter sustido algum efeito pois Folks deixou morrer o sorriso. Ele falou agora em um tom de seriedade.
-Preste atenção a moças de cabelos dourados...
    Os cabelos de Yuuri clarearam gradualmente até se tornarem completamente brancos e deixarem de ser os cabelos negros de Yuuri, passando a ser os cabelos brancos de Scrödinger, ele abriu um sorriso terno e olhou para Folks.
-Obrigado velho amigo... Peço desculpas se Yuuri fica irritado em sua presença...
Folks tornou a sorrir, mas desta vez não era um sorriso cínico, mas sim um sorriso sincero, até mesmo o tom empregado para falar mudou, tornando-se algo muito mais amigável embora ainda fosse dramático em excesso.
-Não se preocupe mestre Scrödinger! Yuuri esta sempre irritado e você sempre sorrindo! Afinal, se assim não fosse não haveria por que Yuuri e Scrödinger terem deixado de ser Yuuri Scrödinger.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

#34Caçador de Bruxas-Capítulo 33-O retorno d caçador

Voltando ao ritimo normal de postagens. Hoje com um novo capítulo do Caçador de Bruxas e amanhã com uma nova história, que se for bem aceita sera postada em dias alternado com o caçador de bruxas (assim eu ganho tempo para pensar melhor no caçador que acabou tomando um rumo meio estranho). Sem mais delongas...



 Elizabeth ficou um pouco irritada com aquilo, primeiro Klaus a descartava sem mais nem menos, depois reaparecia com aquela expressão morta e agora aquela menina depositava nela a responsabilidade de obter uma resposta por ele desejada. Aquilo era demais, ela não podia fazer isso sem ao menos manifestar-se. Ela armou a melhor expressão seria que conseguiu e falou em tom severo.
-Por que eu faria isso?
Klaus não esboçou qualquer reação mas a menina pareceu surpresa.
-Eu não esperava isso de você, achei que você tivesse esse caçador idiota mais em conta... Parece que me enganei...
-Não é que eu não o tenha em conta... Pelo contrário... Mas é que eu...
Klaus foi até ela, esboçou um sorriso morto e afagou sua cabeça.
-Você esta certa... Não precisa fazer isso... Não existe nenhuma razão para que você o faça...
A mão de Elizabeth se moveu sozinha, um estalo, quando ela mesma percebeu seus dedos haviam deixado uma marca vermelha no rosto de Klaus, ela dera-lhe um tapa. Lagrimas verteram dos olhos dela.
-CALE A BOCA!
Desta vez Klaus mostrou uma expressão verdadeira, ele parecia surpreso. Elizabeth o segurou pela gola da camisa, recostou a cabeça em seu peito e desatou a chorar.
-Quem você pensa que é para dizer que eu não tenho nenhuma razão para fazer isso por você?
Klaus estava chocado, ele não esperava aquele tipo de reação vindo de Elizabeth, na verdade, deis de que Lune lhe disse para não usar mais seu olho ele não esperava mais nada.
    Em um instante tudo o que Klaus fizera deis de que conheceu Elizabeth pareceu acontecer novamente em sua mente, cada momento, os sorrisos, as surpresas e as lagrimas. As lagrimas que nem mesmo Lune presenciara mas que rolaram frente aquele criança, aquela frágil e delicada menina que não o conhecia a mais de uma semana e já virá mais dele do que qualquer outra pessoa. Ele a envolveu em seus braços e falou em tom suave.
-Desculpe... Você esta certa... Eu não sou ninguém para dizer se você tem ou não razão para fazer qualquer coisa...
Elizabeth se afastou e olhou-o nos olhos, agora eles pareciam vivos, pareciam os mesmos olhos que ela virá sob aquela macieira, os olhos confiantes que enfrentaram Ayleanee, os olhos do cruz negra. Ela sorriu e enxugou as lagrimas.
    A menina gargalhou, tanto que teve de se deitar e permaneceu algum tempo rindo no chão. Klaus foi até ela com uma expressão debochada e a cutucou de leve com o pé.
-Recomponha-se e mantenha a dignidade espírito!
A menina levantou-se e enxugou as lagrimas que acabaram rolando de tanto rir. Encarou Klaus por alguns instantes e depois voltou-se para Elizabeth.
-Meus parabéns menina, é a segunda vez que vejo este caçador idiota com aquela expressão morta, mas não esperava que você o fizesse voltar ao normal tão rápido!
Elizabeth corou. A menina prosseguiu com sua fala.
-Mas agora voltemos aos negócios... Você quer me fazer uma pergunta Klaus e você quer aprender magia Elizabeth, então eu vou fazer um único jogo por pura preguiça de fazer dois... Se Elizabeth conseguir a maçã não só lhe ensinarei os fundamentos básicos da magia como responderei a pergunta de Klaus... O que me diz mocinha, você esta de acordo?
Elizabeth cerrou os punhos e falou decidida.
-SIM!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aviso

Em função do feriado e de viagem não efetuarei posts até segunda feira.Savvy?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

#33Caçador de Bruxas-Capítulo 32-A pergunta do caçador


   A menina encarou Klaus com seriedade, ela parecia o estar analisando, passados alguns instantes ela suspirou e olhou Klaus com ares de chateação.
-Você vem me ver depois de tanto tempo e nem ao menos me cumprimenta devidamente e ainda espera que eu lhe dê uma resposta de graça?
Klaus manteve-se serio.
-E o que você quer?
A menina sorriu maliciosa.
-Quero me divertir!
-Vai querer que eu vença o jogo das maçãs?
A menina riu.
-Claro que não! Você já conseguiu pegar todas as minhas maçãs, então isso seria muito fácil para você!
Klaus deixou escapar um suspiro.
-Então o que você quer que eu faça?
A menina continuou sorridente.
-Primeiro faça sua pergunta, eu decidirei o que deve ser feito após ouvi-la.
Klaus aproximou-se da menina, ela pareceu entender o que ele queria pois se aproximou dele também, até que ele pode sussurrar para que apenas ela ouvisse.
-Quero saber o que há de errado com meu olho...
    Elizabeth ficou um pouco chateada, Klaus não queria que ela soubesse qual era a pergunta, mas de certa forma isso a deixava mais animada, pois significava que bem ou mal ele ainda tinha consideração por ela. A menina se afastou de Klaus e fez uma cômica expressão de entendimento.
-Então é isso...
Klaus manteve-se serio.
-Você sabe a resposta?
-Mas é claro!
-Então qual será o jogo?
A menina riu.
-Pegar uma maçã!
Klaus fez uma expressão interrogativa.
-Mas você disse que...
A menina o interrompeu.
-Não é você quem vai jogar!
Os dois se voltaram para Elizabeth, Klaus com ares de preocupado e a menina com um largo sorriso, ao entender a situação Elizabeth se espantou.
-EU!!!???

terça-feira, 19 de abril de 2011

1#Post Especial: Caçador de Bruxas Cap.1-Revisado e Ampliado

   Estou com um certo bloqueio para escrever e também estou precisando pensar sobre o caminho que a história esta tomando, então, para ter algum tempo, estou postando a versão revisada do primeiro capítulo, espero que agrade.Savvy?
   Klaus abriu a porta do chalé e saiu. Fazia um dia lindo, o céu tinha poucas nuvens e o vento balançava delicadamente a relva, o som dos pássaros que habitavam o bosque próximo compunha uma melodia que parecia entrar em harmonia com a paisagem. “É uma tarde perfeita para um cochilo”, Klaus retirou o pesado casaco de couro que vestia e o jogou de qualquer jeito dentro do chalé, em seguida fechou a porta e caminhou até uma grande e antiga macieira que ficava próxima dali. Deitou-se a sombra da árvore e fechou os olhos. “Realmente, nada como um cochilo após o almoço”.

    Elizabeth finalmente chegou ao chalé onde supostamente morava o Cruz Negra. Fora uma longa viagem até ali, ela estava cansada, seu querido vestido vermelho estava sujo, seus longos cabelos castanhos estavam desgrenhados e seus calçados já não serviam para nada, ela queria um banho mais do que qualquer outra coisa, mas precisava falar com ele antes de mais nada. Ficou parada frente a porta do chalé por alguns momentos, ela estava hesitante, não fazia idéia do tipo de pessoa que um caçador de bruxas poderia ser, principalmente se tratando do mais famoso dentre eles. Inconscientemente ela correu os olhos pelo chalé, talvez em busca de alguma pista sobre que tipo de pessoa morava ali ou apenas para disfarçar seu medo. Era uma construção muito agradável de se ver, tinha as paredes de pedra recobertas por musgo e trepadeiras, as janelas e porta eram de madeira rústica pouco trabalhada e algumas flores pareciam ter sido plantadas no sopé da porta. Elizabeth ficou muito mais tranqüila, “alguém que mora em um lugar tão agradável não pode ser tão ruim...Pode até mesmo ser uma fada!”, ela riu de seus próprios pensamentos, era certo que o temido Cruz Negra não era algo tão inofensivo quanto uma fada mas ao menos aquela idéia a ajudou a criar coragem o suficiente para bater na porta. Ela bateu duas vezes, aguardou por algum tempo mas ninguém veio atende-la, então resolveu bater mais uma vez, agora com mais força, mas continuou sem resultado, ninguém veio atender. Ela começou a se perguntar se a informação que lhe deram estava correta ou se aquele era o lugar indicado, “talvez eu tenha vindo ao lugar errado...”, ela balançou a cabeça, tinha certeza de que aquele era o lugar, “ele deve apenas ter saído para almoçar...”. Vendo que de nada adiantaria ficar parada frente a porta ela resolveu caminhar ao redor do chalé e apreciar a paisagem. Caminhou um pouco pela relva até que viu uma grande árvore, como estava cansada decidiu sentar-se a sombra da mesma, mas quando se aproximou mais reparou em uma bota de couro negro que surgia do outro lado da árvore, “tem alguém ali...”, ela delicadamente espiou quem estava ali, se tratava de um rapaz, deitado ao pé da árvore e dormindo despreocupadamente.
    Ele tinha cabelos negros bagunçados que lhe caiam até os ombros, usava uma camisa de algodão tingida de roxo e calças de couro curtido adornada por correntes negras. Ela ficou observando o homem por algum tempo, ele era uma figura interessante, diferente, chegava a ser belo, mas também havia algo de ameaçador, por algum motivo o fato de ele dormir tão despreocupadamente fazia-o parecer perigoso.
-Não é muito educado ficar observando as pessoas desse jeito mocinha!
Ela voltou a realidade, o homem tinha aberto apenas um dos olhos para poder vê-la e sorria zombeteiramente. Por alguns momentos ela não soube o que fazer, acabou optando por ficar de frente para ele, fez uma mesura e falou no tom mais serio que conseguiu.
-Peço desculpas... Não era minha intenção perturbar seu sono... Mas estou a procura da pessoa que mora naquele chalé... Poderia me informar onde posso encontrá-lo?
O homem se levantou preguiçosamente e observou-a dos pés a cabeça, depois deixou escapar um longo bocejo e falou em tom de quem esta com muito sono.
-A pessoa que mora naquele chalé estava dormindo ao pé desta bela macieira até que uma certa mocinha decidiu espioná-lo...
Elizabeth foi tomada por felicidade, vergonha e medo. Aquele era o homem pelo qual ela fizera uma grande viagem, o homem que a fizera privar-se de luxos, o homem que tinha nas mãos o futuro de toda sua vila.
-Eu não queria... Desculpe... Não é do meu feitio espionar as pessoas... Mas...
O homem riu.
-Não leve tão a serio mocinha, foi só uma brincadeira... Agora diga, o que Klaus pode fazer por você?
-Bem... Seria você aquele que todos chamam de Cruz Negra?
Ele deixou o sorriso morrer no rosto.
-Sim, eu sou aquele que carrega o fardo desta alcunha... E você, quem seria?
Ela fez uma singela reverencia.
-Eu sou Elizabeth Tomphson...
Ele voltou a sorrir.
-E o que eu poderia fazer por você senhorita Elizabeth?
Ela respirou fundo e tomou coragem, não fazia idéia de como ele reagiria a seu pedido, nem sabia se ele a levaria a serio, afinal, quem consideraria as palavras de uma criança? Ela procurou afastar essa duvida, não podia fraquejar, não podia falhar agora.
-Vim oferecer-lhe um trabalho.!
Ele encarou-a com ares de quem esta interessado.
-Um trabalho... Interessante mocinha, e que trabalho seria este?
Ela se sentiu um pouco ofendida com a pergunta.
-Caçar uma bruxa é claro.
-Compreendo... Se é assim procurou pela pessoa certa, mas diga-me, por que uma mocinha tão jovem precisa que um serviço como este seja feito?
-Porque esta bruxa dominou minha vila...
Agora ele encarou-a com a devida seriedade, antes parecia tratar o assunto como uma brincadeira, mas agora parecia estar realmente interessado no trabalho.
-Compreendo... Se é este o caso, peço que guarde os detalhes, creio que você queira repousar antes de conversar mais seriamente sobre o assunto não?
Ela fez que sim com a cabeça.
-Bem, se é assim, peço que me acompanhe, vamos até a cidade.
    Ele a guiou ao chalé, abriu a porta, juntou um casaco de couro negro que estava jogado no chão, vestiu-o e tornou a fechar a porta. Seguiu pela relva até a estrada que levava para a cidade. Elizabeth não sabia daquele caminho, ela havia vindo pelo bosque e agora praguejava sua própria incompetência por ter perdido o mapa. Os dois seguiram pela estrada a passos lentos, ela desconfiada seguia sempre alguns passos atrás dele, temendo que ele pudesse tentar causar-lhe algum mal. Era um caminho bastante agradável, ambos os lados da estrada eram cobertos por relva, pedras e árvores de diversas formas enrriquecia a paisagem, o clima também contribuía para tornar aquela caminhada agradável, o céu estava límpido, praticamente sem nuvens, e uma brisa fresca impedia que o sol se tornasse insuportável.
    Elizabeth logo sentiu as pernas falharem, mesmo que Klaus estivesse caminhando lentamente ela estava cansada demais para continuar, tanto que ela teve de fazer uma pausa.
-Desculpe... Mas podemos parar? Eu estou muito cansada...
Klaus voltou-se para ela e falou num tom doce.
-Sou eu quem devo pedir desculpas... Sequer perguntei se você estava descansada o bastante para caminhar... Podemos sentar ao pé daquela árvore até você se sentir melhor, que tal?
Ele disse isso apontando para uma frondosa árvore que ficava a beira da estrada. Elizabeth não se fez de rogada e deixou-se desmoronar a sombra, Klaus sentou-se ao lado dela.
-Pode dormir se quiser, eu faço a vigia.
Apesar do tom de deboche usado ele parecia realmente aconselhar que ela dormisse e ela realmente estava cansada, mas dormir ao lado de um completo estranho não parecia algo prudente. Ela fechou os olhos e por alguns momentos fingiu dormir, esperando que ele fizesse alguma. Os minutos se passaram e nada de errado aconteceu, ele continuava ali pois ela podia ouvir sua leve respiração. Logo ela se sentia mais calma, na verdade, sua desconfiança era meramente racional, pois emocionalmente ela se sentia bem perto dele, deis de que o vira dormindo ao pé da árvore próxima ao chalé ela sentirá que poderia confiar nele, então acabou por entregar-se ao sono.
    Quando ela abriu os olhos logo os dirigiu ao céu, ainda haviam poucas nuvem mas o sol já estava mais baixo, já deviam ser quase quatro horas, foi então que ela lembrou-se exatamente de onde estava e tomou consciência da situação, percebendo que estava com a cabeça recostada nos ombros de Klaus, que por sua vez parecia perdido em seus pensamentos. Ela logo tratou de endireitar-se, ele percebeu que ela havia acordado e olhou-a sorridente.
-Dormiu bem?
Ela ficou envergonhada por ter dormido por tanto tempo recostada no ombro de um completo estranho.
-Si...Sim...
-Acha que pode caminhar até a cidade? Faltam apenas dez ou quinze quilômetros.
Ela limitou-se a assentir com a cabeça. Klaus levantou-se e estendeu a mão para ela.
-Então vamos, eu não gostaria de chegar após o anoitecer.
Ela aceitou a ajuda para levantar-se.
    Os dois seguiram a passos lentos pela estrada. Logo foi possível notar certas mudanças, as árvores iam rareando cada vez mais e o qualidade do calçamento da estrada ia melhorando, não demorou até que a silhueta da cidade surgisse no horizonte. Elizabeth olhou para a cidade maravilhada, ela crescera em uma vila e nunca fora até uma cidade, mesmo durante a viagem ela passará apenas por vilas, ela abriu um largo sorriso e falou animada.
-É para la que nós vamos?
Klaus sorriu em reação a toda animação da menina.
-Sim, Drashep, não é uma cidade grande, mas é o maior centro comercial desta parte do país.
O sorriso dela alargou-se ainda mais, ela perdeu-se em pensamentos sobre compras e pessoas que poderia encontrar ali, mas logo voltou a realidade e lembrou-se de que aquela não era uma viagem para diversão.
    Eles alcançaram os portões da cidade ao por do sol, Elizabeth ficou ainda mais impressionada, Drashep era cercada por uma alta muralha de pedra, até mesmo algumas torres de vigia estavam posicionadas em certos pontos da murada. Com os portões a segurança não era diferente, as pesadas portas de madeira e a grade de aço estavam abertas, mas guardas trajando armaduras e carregando espadas verificavam cada carroça que adentrava a cidade.
-Por que um esquema de segurança tão rígido, não era uma cidade mercantil.
-Sim, mas além de a cidade correr grandes riscos de ser atacada em guerras os regentes não admitem nenhum tipo de contrabando.
-Entendo...
-Bem, agora, caminhe junto comigo e não haverá problemas.
Os dois avançaram, no momento de cruzar o portão um dos guardas se aproximou, mas ao ver Klaus apenas cumprimentou-o com a cabeça, Klaus fez o mesmo.
-Você o conhecia?
-Sim, a grande maioria dos guardas me conhecem.
-Por isso não vieram nem ao menos falar conosco?
-Sim.
   
    Já dentro da cidade Elizabeth ficou um tanto quanto desapontada. As coisas não eram tão diferentes quanto ela esperava, as poucas diferenças eram o calçamento de pedra das ruas e as telhas de cerâmica das casas, as construções eram um tanto quanto mais amontoadas e haviam mais pessoas nas ruas, mas além disso Drashep não passava de uma vila grande.
-Eu esperava mais...
Klaus percebeu que ela parecia um tanto quanto desapontada.
-Não é tão diferente assim de uma vila não é mesmo?
-Não...
-Bem,talvez isso deva-se a hora, as passam das seis e boa parte do comercio já esta fechada, amanhã irá parecer um lugar mais interessante.
Elizabeth ficou um pouco confusa.
-Se o comercio já esta fechado o que exatamente viemos fazer aqui?
Klaus sorriu afetuosamente.
-Viemos para passar a noite, tem apenas uma cama no meu chalé, e acho que nenhum de nós dois estaria disposto a dormir no chão ou dividir a cama.
Elizabeth corou e assentiu com a cabeça.
-Mas antes de irmos para a estalagem quero que você veja uma pessoa.
-Quem?
-Você logo vai descobrir...
Dizendo isso Klaus parou logo em frente a uma loja, cuja placa continha os dizeres “Alfaiate Verônica”.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

#32Caçador de Bruxas-Capítulo 31-Encontro em sonhos


    Elizabeth achou graça, até então tudo fazia sentido, mas a parte de ter de comer uma das maças era realmente engraçada, tanto que ela não conseguiu evitar a risada. A menina fez cara de emburrada.
-Esta rindo do que?
Elizabeth tentou se desculpar.
-Nada... Apenas achei engraçada a parte da maçã...
A menina sorriu maliciosa.
-Então acha que vai ser fácil?
-Claro, basta que eu acorde, pegue uma das maçãs e a coma!
-E você se lembra de ter visto alguma maçã na árvore?
Elizabeth parou para pensar e realmente não se lembrava de ver nenhum fruto na árvore, mas ainda sim não se deu por vencida.
-Basta esperar que os frutos surjam.
-Isso não vai acontecer.
-E por que não?
A menina riu.
-Porque todos os frutos desta macieira estão aqui, dentro deste mundo de sonhos!
Elizabeth não compreendeu o que ela quis dizer.
-Como assim?
A menina esticou a mão e nela surgiu uma vermelha e apetitosa maçã.
-Vê? As maças surgem apenas se eu assim desejar, para resumir tudo, você só poderá comer uma maçã se eu decidir lhe dar uma!

    Klaus retornou ao quarto que Lune lhe cederá. Ele estava feliz por estar no castelo dela e não em alguma pousada, pois assim poderia meditar tranquilamente, e o que ele pretendia fazer exigia um local onde não houvessem interrupções. Ele se ajoelhou no chão, fechou os olhos e limpou a mente. Quando abriu os olhos ele se viu ainda ajoelhado no tapete do quarto, mas agora o restante do quarto já não estava mais la, o lugar parecia o topo de uma montanha. “O mundo dos sonhos... Fico mais tranqüilo ao ver que ainda consigo entrar aqui mesmo sem estar ao pé da macieira...”.

    No exato momento em que Elizabeth pretendia perguntar como obter a maçã a menina mudou sua expressão para algo mais próximo de surpresa e olhou para uma outra montanha que surgirá no horizonte.
-Peço desculpas por não continuar a conversa agora... Mas receio que antes de lhe contar o que você quer saber ainda terei de lidar com aquele que acaba de chegar...
Elizabeth queria perguntar quem era a pessoa a quem a menina se referia, mas ela não pareceu receptiva a perguntas, então decidiu aguardar que esta pessoa chegasse ali.
    Vindo da mesma trilha de pedras pela qual veio Elizabeth surgiu Klaus, Elizabeth ficou surpresa em vê-lo, e feliz, agora ela realmente tinha certeza de que aquilo era um sonho.
-Kla...Klaus...
Ele olhou para ela com olhos vazios e respondeu em voz apática.
-Elizabeth...
Ela não sabia se queria lhe dar um tapa ou se queria abraçá-lo, mas qualquer vontade dela morreu frente a falta de sentimentos demonstrada por ele.
-Esta tudo bem?
Ele limitou-se a afagar a cabeça dela, mas sem nem ao menos forçar um sorriso ou tentar disfarçar a total falta de sentimentos.
-Sim... Peço desculpas por tê-la  afastado... Mas se você esta aqui creio que já entenda um pouco de minhas razões...
Ela assentiu com a cabeça. Estava assustada demais para ter qualquer outra reação, ela já havia visto a face de Klaus carregada de raiva e até mesmo sua expressão de medo, mas nunca viu aquele rosto que não carregava nada.
    Klaus voltou-se para a menina, eles se encararam por alguns instantes até que Klaus quebrou o silêncio.
-Pode conversar agora ou prefere que eu espere sua conversa com Elizabeth chegar ao fim?
-Não tem problema, pode dizer, o que o traz ao meu mundo? Achei que você já tinha aprendido tudo o que eu poderia ensinar e já estava sendo ensinado por outro sonho.
-Isso é verdade... Mas tem coisas que apenas você pode responder...

domingo, 17 de abril de 2011

#31Caçador de Bruxas-Capítulo 30-Magos e Maçãs


    Elizabeth permaneceu sentada a sombra da árvore sem compreender muito bem o que Verônica pretendia. O tempo foi se passando e Verônica não dizia nada, apenas a observava, logo, o sono veio e ela acabou entregando-se a ele.
    Quando se deu conta ela já não estava mais no jardim, continuava ao pé da árvore, continuava deitada na relva, mas aquele lugar certamente não era o jardim de verônica, parecia uma realidade distorcida. Ela levantou-se para conseguir ver melhor, aparentemente ela agora encontrava-se em um local mais elevado, quase o topo de uma montanha que se erguia em meio a cerejeiras floridas que nasciam diretamente da água, que por sua vez era tão límpida que era possível ver as carpas que nela nadavam mesmo aquela distância. Ela logo se deu conta do que estava acontecendo, “É um sonho”.
    Ela aproveitou para explorar um pouco o lugar, desceu a montanha, parando apenas quando não havia mais terra, ficou admirando o formato sinuoso das cerejeiras. Ela ficou ali observando a paisagem por algum tempo até que alguma coisa chamou sua atenção, em meio as cerejeiras haviam algumas pedras que pareciam boiar na água formando uma espécie de trilha. Pulando de pedra em pedra ela adentrou a floresta de cerejeiras, era o primeiro sonho tão real que ela tinha o que a deixava encantada. “Que divertido... Nunca pensei que sonhos pudessem parecer tão reais!”.
-Mas é real.
A vos surgiu do nada, parecia vir de todos os lados o que lembrou Elizabeth da primeira vez em que ela se encontrou com Lune, mas desta vez havia uma diferença, a vos não era assustadora, era doce, quase familiar.
-Quem esta ai?
Uma simpática risada precedeu a resposta.
-Ora, realmente não sabe quem sou eu?
Elizabeth estava se divertindo com aquela situação.
-Se eu soubesse não perguntaria.
Mais uma vez risos precederam a resposta.
-Então não tem jeito, eu vou ter que aparecer para você!
Varias pétalas rosadas começaram a convergir para um mesmo ponto, reunindo-se e dando forma a um ser. Tratava-se de uma pequena menina, ela era bem pequena, bastante magra e muito bonita. Seus cabelos tinham o mesmo tom rosado das pétalas de cerejeira, tinha lhos grandes e amendoados e usava roupas aparentemente feita de folhas.
-E então, satisfeita com o que esta vedo Elizabeth?
Elizabeth ficou maravilhada, aquele ser era muito interessante, ao mesmo tempo que parecia uma menina frágil ainda passava a impressão de ser muito especial.
-O que é você?
A menina deixou escapar um suspiro.
-Eu sou a macieira na qual você agora dorme.
Elizabeth não compreendeu o que aquela menina quis dizer com aquilo, a cada momento aquele sonho ficava ainda mais estranho. A menina a encarou com ar de deboche.
-Você ainda não entendeu o que esta acontecendo não é?
Elizabeth assentiu com a cabeça.
-Não tem jeito.. Eu vou ter que explicar... Eu sou a macieira, mas não uma macieira qualquer, eu sou uma das fontes da magia, eu posso ensinar magia a qualquer um que consiga entrar neste mundo de sonhos e comer uma de minhas maçãs.

#30Caçador de Bruxas-Capítulo 29-Mestra


    Klaus ainda levou alguns momentos para que as palavras de Lune lhe fizessem sentido, ele jamais considerou que realmente poderia chegar a morrer se continuasse a abusar dos poderes do olho.
-Lune... Como pode ter tanta certeza?
Ela encarou-o com lagrimas nos olhos e o abraçou.
-Você mesmo disse não... Três dias é demais mesmo para um abuso tão grande quanto o que você fez... Mas ainda tem algo que você não sabe... Enquanto você dormia eu lhe apliquei diversas formulas mágicas de cura...
Klaus deixou o temor tomar conta de sua face.
-Isso quer dizer que...
-Sim... Teria levado muito mais de três dias para que você despertasse... Isso se você realmente viesse a despertar...

    Elizabeth levantou-se da cama e se arrumou, ela estava decidida, iria encontrar um modo de ser útil a Klaus. Ela desceu as escadas da estalagem até a recepção, onde Laurence esperava por ela.
-E então mocinha, esta pronta?
-Sim.
Ele a guiou para fora da estalagem até a já conhecida loja de roupas de Verônica.
-O que viemos fazer aqui?
Laurence sorriu.
-Se você quer ser útil a Klaus deve ser alguém capaz de cuidar das costas dele, e para isso você precisara aprender com quem o ensinou.
Verônica saiu da loja carregando um grande livro de capa de couro. Ela sorriu para Elizabeth.
-Então acabamos nos vendo novamente mocinha, bem que eu imaginei que você seria algo alem de uma mera contratante daquela criança.
Elizabeth ficou surpresa, o que exatamente Laurence pretendia levando-a até Verônica?
-Você é quem vai me ensinar?
-Sim.
-Foi você quem ensinou Klaus?
-Sim.
Elizabeth ficou ainda mais surpresa, de todas as coisas do mundo ela não esperava que aquela aparentemente simples costureira fosse a mestra de Klaus.
    Ela sorriu amavelmente e foi até Elizabeth, segurou pelas mãos e a conduziu até o interior da loja, mas desta vez não a levou para a sala reservada, mas sim para um grade jardim.
-O que exatamente vamos fazer aqui?
-Vamos ver até onde você consegue chegar.
Elizabeth não entendeu muito bem.
-Como assim?
-Por hora não há o que explicar, apenas vá até aquela arvore e sente-se a sombra dela.
Elizabeth foi até a árvore, que de certa forma lembrava muito a macieira onde ela se encontrará com Klaus pela primeira vez, e sentou-se.
-E agora?
-Apenas fique um pouco ai, logo a árvore irá nos contar até onde você consegue chegar...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

#29Caçador de Bruxas-Capítulo 28-Conseqüência


Elizabeth não foi capaz de esboçar nenhuma reação as palavras de Laurence, ela manteve-se em silêncio, apenas digerindo as palavras de Laurence. Ele logo percebeu que ela estava pensativa e voltou a afagar sua cabeça.
-E então mocinha, entendeu o que quero dizer? Klaus não te descartou, longe disso, ele lhe enviou para um lugar no qual poderá encontrá-la quando retornar... Ele quer que você espere por ele!
Elizabeth permaneceu em silêncio, fitou Laurence nos olhos, procurando algum resquício que indicasse que ele estava mentindo, mas não encontrou nada. Ele sorriu ternamente para ela.
-E então, o que vai fazer agora? Esperar por ele?
Elizabeth carregou sua expressão de seriedade.
-Não.
Laurence não pareceu surpreso, ele apenas continuou a sorrir.
-Então vai fazer o que?
Elizabeth sorriu, não um sorriso bobo como os que ela mostrará até então, mas um sorriso decidido.
-ou me tornar útil!
Laurence alargou o sorriso.
-Era por isso que eu esperava!

    Klaus despertou, mesmo através das pálpebras ele pode perceber a forte luminosidade, já era dia. Ele abriu lentamente os olhos, tentando evitar ter sua vista ofuscada, mas foi em vão, a luminosidade era tamanha que ele nada pode ver por alguns instantes. Quando seus olhos finalmente se acostumaram ele se viu deitado em uma grande cama de um amplo e luxuoso quarto. Ele ficou surpreso, sabia que Lune não o deixaria adormecido na relva, mas aquilo já era um pouco exagerado.
    Ele se levantou, ficou um pouco envergonhado por estar despido mas aliviado por não sentir mais nenhuma dor. Agora que estava de pé aproveitou para observar melhor o quarto. Era realmente um aposento amplo, continha um armário de madeira finamente trabalhado, uma mesa de centro e algumas cadeiras estofadas. O chão era todo forrado com tecido e as paredes de pedra haviam sido pintadas de branco. Klaus ficou deslumbrado, mas esta sensação só durou o bastante para que ele sentisse frio e procurasse por suas roupas que foram encontradas no armário. Vestiu-se e saiu. A porta dava para um longo corredor, o chão era recoberto com tecido assim como no quarto mas as paredes não haviam sido pintadas. Ele perambulou um pouco pelo corredor até que Lune se materializou em sua frente.
-Que bom que acordou, eu já estava ficando preocupada.
Ele sorriu.
-E por que ficaria? Não devo ter dormido por tanto tempo assim... Devem ter se passado no maximo oito ou nove horas...
-Três dias...
Klaus foi pego de surpresa. Três dias? Era tempo demais, não era a primeira vez que ele abusava tanto dos poderes do olho mas nunca antes a recuperação fora tão demorada.
-Três dias... É tempo demais...
Lune pareceu preocupada.
-É a primeira vez que a recuperação demora tanto?
-Sim... Até hoje nunca havia passado de doze horas...
Lune se aproximou dele com uma expressão extremamente seria.
-Então terei de pedir uma coisa...
-O que?
-De agora em diante eu estarei sempre a seu lado, então você sempre poderá fazer uso da cruz...
Klaus não estava entendendo onde Lune queria chegar.
-Por que esta dizendo isso...
Lune tapou sua boca com os dedos.
-Você sempre poderá usar a cruz negra enquanto eu estiver por perto, então peço que você sempre faça uso dela se a situação ficar complicada, nunca mais use os poderes do olho para poder causar o mau através da magia!
-Por que?
A expressão de Lune pareceu transmitir grande tristeza.
-Porque eu não sei se você irá sobreviver se usar este tipo de poder novamente...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

#28Caçador de Bruxas-Capítulo 27-O fim do inicio


    Lune baixou a cabeça, ela já esperava por aquela pergunta, ensaiou por diversas vezes a resposta mas agora as palavras lhe fugiam. Ela terminou por ficar sem jeito, apenas manteve-se cabisbaixa, não sabia o que fazer. Klaus deixou um longo suspiro escapar.
-Pelo visto você não quer me dizer... Mas ao menos me responda, algum mau vem desse seu poder?
Ela fez que não com a cabeça. Klaus suspirou mais uma vez.
-Pode me prometer uma coisa?
Lune fitou-o temerosamente, ele sorriu.
-Quando tudo isso acabar você ira me contar tudo.
-Não importa quanto tempo eu leve para conseguir contar?
-Não, pois quando tudo isso terminar pretendo passar o fim de meus dias a seu lado...
Lune abraçou-o instintivamente, ele retribuiu o abraço. Os dois ficaram daquele jeito por algum tempo até que Klaus deixou escapar um gemido de dor, Lune afastou-se preocupada.
-Esta tudo bem?
Klaus tentou disfarçar forçando um sorriso.
-Eu vou sobreviver... Preciso apenas descansar... Parece que o castigo por ferir Ayleanee com magia foi aplicado em meus pulmões... Depois de dormir por algumas horas tudo ficara bem...
Klaus fechou os olhos e entregou-se a um sono sem sonhos.

    Elizabeth despertou, ela ainda se sentia um pouco tonta e perdida, não sabia muito bem o que havia acontecido, a ultima coisa da qual ela se lembrava  claramente era de seu protesto contra a decisão de Klaus de terminar o contrato, depois disso tudo pareciam trevas. Levou algum tempo para que ela se desse conta do que estava acontecendo, ela se viu em um quarto estranhamente familiar, era rústico porem amplo, continha uma cômoda, um baú, duas cadeiras e a cama na qual ela estava deitada. Logo ela percebeu onde estava, estalagem bota furada, provavelmente Lune a enviara para la.
    Uma intensa tristeza recaiu sobre ela, Klaus a havia descartado, ela havia sido deixada de lado, provavelmente ele a considerava um incomodo e pensando racionalmente ela realmente o era, não tinha força física, não sabia usar magia e não podia nem sequer fornecer informações úteis. Lagrimas escorreram involuntariamente de seu rosto, ela sabia muito bem que seria melhor para ela e para Klaus se eles se separassem, sabia que seria apenas um incomodo, mas ainda sim não queria deixá-lo, não agora que ela finalmente entenderá o que sentia por ele.
    A porta do quarto se abriu, Laurence surgiu carregando uma bandeja com um prato de sopa. Ele se espantou ao vê-la acordada.
-Então a mocinha despertou...
Ela não foi capaz de esboçar nenhuma reação, apenas continuou a chorar silenciosamente. Laurence deixou a bandeja sobre a cômoda, puxou uma das cadeiras e sentou-se ao lado da cama. Abriu um sorriso terno e afagou a cabeça da menina.
-Não é preciso que você chore por aquele idiota moça, eu sei que parece que ele te abandonou, mas não é bem assim...
Elizabeth retirou violentamente a mão dele se sua cabeça e respondeu furiosa.
-E O QUE VOCÊ SABE SOBRE O QUE ACONTECEU!!!
Laurence suspirou, não se deixou abater pela reação de Elizabeth e prosseguiu tentando confortá-la.
-É verdade, não sei nada sobre o que aconteceu com vocês deis de que deixaram a estalagem alguns dias atrás, mas conheço muito bem aquele idiota do Klaus e uma coisa eu posso afirmar, se ele a enviou para cá você certamente é alguém muito importante para ele.
Elizabeth parou por um momento, o que Laurence queria dizer com aquilo? Seria apenas uma forma de confortá-la? Não, apesar do sorriso ele parecia bastante serio. Ela engoliu o ressentimento e enxugou as lagrimas.
-O que você quer dizer com isso?
Laurence suspirou aliviado.
-Bem.. Digamos que eu conheça Klaus a muito tempo, tempo o bastante para dizer que aquele cara odeia que entrem no quarto dele, tanto que eu mesmo normalmente evito entrar aqui.
-E o que isso quer dizer? Não estou entendendo nada...
Laurence alargou o sorriso.
-Você não vê? Ele a mandou para dentro do quarto no qual ele não deixa nem mesmo eu, o dono desta estalagem, entrar, não acha que isso signifique alguma coisa?

terça-feira, 12 de abril de 2011

#27Caçador de Bruxas-Capítulo 26-Separação e controle do tempo


   Klaus e Elizabeth estavam perplexos, aquilo era algo terrível, Mabaa pretendia viajar no tempo e exterminar o cruz negra original, fazendo com que todos os caçadores desaparecessem e deixando o mundo a mercê das bruxas. Elizabeth estava apavorada enquanto Klaus parecia pensativo, em um tom serio ele dirigiu-se a Lune.
-E o que isso tem a ver com você no controle de Sarges?
Lune suspirou.
-Mabaa prometeu não interferir no domínio das outras bruxas, logo, se Sarges esta sob meu controle ela não atentará contra a vida de seus habitantes.
Elizabeth sentiu-se aliviada, ao menos por hora Sarges estava segura. Klaus permanecia pensativo, mas agora sua face carregava ainda mais seriedade.
-Diga-me Lune... Quantas vilas Mabaa já possui sob seu domínio?
-Eu não sei o número exato... Mas creio que já passem de cem.
A face de Klaus foi tomada pelo terror, cem vilas? Isso significava apenas uma coisa, Mabaa estava perigosamente próxima de alcançar seu objetivo.
    Ele ponderou por alguns instantes até que chegou a única conclusão aceitável. Como o atual cruz negra, como caçador e como ser humano ele deveria fazer alguma coisa.
-Elizabeth...
Ela saiu de seu estado de choque e voltou-se para ele.
-Diga...
-Creio que e deva encerrar nosso contrato...
Ela foi tomada por um sentimento de profunda tristeza.
-Mas...
Ele baixou a cabeça.
-Sem mais... Lune não é mais a inimiga, então não há qualquer razão para envolve-la nesta luta...
Ela pretendia protestar, queria protestar, não queria se separar de Klaus, não agora, não justo quando eles pareciam mais próximos, não quando ela ainda tinha tantas duvidas, tantas perguntas. Quando a coragem lhe surgiu algo aconteceu, ela se sentiu tonta, a vista escureceu e seu corpo tombou inanimado.
-Obrigado Lune... Eu não seria capaz de lidar com ela se ela usasse os recursos corretos.
Lune limitou-se a sorrir.
-Para onde devo enviá-la?
Klaus ponderou por alguns momentos.
-Estalagem bota furada, Laurence vai cuidar bem dela...
-Como desejar...
Lune estendeu uma das mãos na direção de Elizabeth e murmurou qualquer coisa incompreensível. Sua mão começou a brilhar em um tom prateado, logo esta luz se expandiu, foi até Elizabeth, envolveu-a e por fim a fez desaparecer.
    Klaus tentou levantar-se sem sucesso, abusar tanto dos poderes do olho e ainda usar magia para ferir Ayleanee foi demais para ele. Lune percebeu, saiu de seu trono e se abaixou a seu lado.
-Você abusou de seus poderes... O que teria feito se eu não tivesse parado o tempo para salva-lo?
Klaus manteve a cabeça baixa.
-Nada... Eu teria morrido sem sua ajuda... Mas algo me intriga...
-O que é?
Klaus levantou a cabeça e fitou Lune nos olhos.
-Eu posso entender tudo o que você fez, posso aceitar ser salvo por você, posso aceitar que você realmente esteja dominando Sarges para salva-la e acho que me explicar tudo isso enquanto parava o tempo para me salvar realmente faz o seu estilo... Mas tem uma coisa que eu gostaria de saber... Como diabos você manipulou o tempo Lune Valentine!?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

#26Caçador de Bruxas-Capítulo 25-Passado V: O desejo da rainha


    Elizabeth não sabia se ficava apavorada ou se apreciava a história, ela gostava muito de ouvir sobre o passado, o que tornava aquece momento algo de extremo interesse para ela, mas ao mesmo tempo aquela história contava sobre algo terrível, algo muito maior do que qualquer coisa que ela poderia ter imaginado quando saiu a procura de Klaus. Lune prosseguiu com a história.

    “O alvoroço foi geral, as palavras de Mabaa instigaram todos os tipos de comentários, alguns que questionavam sua sanidade o outros que ovacionavam sua genialidade. Mais uma vez ela precisou fazer sinal para que todas se aquietassem.
-Sei que pode parecer loucura irmãs, mas peço que escutem até o fim... O problema em manipular o tempo sempre foi a quantidade de energia envolvida, ou seja, é perfeitamente possível manipular o tempo deis de que haja energia o suficiente.
Alguém na platéia fez o comentário que Mabaa aguardava.
-E onde encontraremos tanta energia?
-Nas vilas.
O espanto foi geral, exatamente como ela desejava.
-Se reunirmos vidas humanas o bastante poderemos usa-lãs para convocar um feitiço que manipule o tempo. Segundo meus cálculos, se dominarmos cerca de cento e trinta vilas pequenas já poderemos atingir o objetivo.
Mais uma vez o alvoroço foi de generalizado, cento e trinta vilas era um numero grande demais para não chamar a atenção e além disso Mabaa falava sobre algum objetivo desconhecido. Todas silenciaram-se antes mesmo que Mabaa pudesse dizer algo, elas já sabiam que a rainha iria sanar suas duvidas no devido tempo.
-Creio que queiram saber qual é o objetivo... Bem, é algo simples, mas que mudaria todo  curso da história de existência das bruxa... Algo que colocaria um fim em nessa guerra inútil entre bruxas e caçadores.
Murmúrios surgiram, Yaga, uma das primeiras bruxas a se juntarem a Mabaa, levantou-se para falar.
-Explique com mais detalhes qual o seu plano majestade, creio que se o fizer será mais simples de aceitar suas idéias.
Mabaa deixou escapar uma gargalhada.
-Realmente, sempre posso contar com você Yaga... Pois bem, explicando de forma mais clara, meu plano é voltar no tempo, até a época em que bruxas eram jovens, a época em que os dez guerreiros ousaram desafiar meu poder.
Yaga manteve-se de pé.
-E o que exatamente você deseja fazer ao voltar aquela época?
-Algo muito simples... Eu consegui matar nove dos dez guerreiros, mas o maldito que escapou ensinou outros até que a ordem dos caçadores se tornou forte o bastante para contrabalancear os poderes... Então o que pretendo fazer é algo muito simples... Irei eliminar o décimo guerreiro, o primeiro membro da linhagem dos cruz negra, antes que ele possa passar adiante as técnicas dos caçadores!”

domingo, 10 de abril de 2011

#25Caçador de Bruxas-Capítulo 24-Passado IV: Tempo


    Elizabeth não pode acreditar ou entender o que acabara de ouvir, Mabaa desejava por as garras em sua vila e para isso Lune precisava rogar uma maldição sobre ela, eram informações demais em pouco tempo. Ela tentava compreender, mas alguma coisa ainda não fazia sentido, por que Sarges? O que aquela pequena vila tinha de especial? As palavras escaparam sem que ela percebesse.
-Mas por que Sarges?
Klaus e Lune se entreolharam, Lune fez sinal para que Klaus explicasse.
-A questão não é Sarges em especifico, qualquer vila afastada de grandes centros e sem habitante poderosos é alvo da Mabaa, Sarges apenas se enquadra nas necessidades dela.
-E por que ela precisa das vilas?
Klaus olhou para Lune com expressão seria.
-Isso eu também gostaria de saber....
Lune sentou-se novamente em seu trono e deixou escapar um sorriso.
-Bem... É uma história um pouco longa... Estão dispostos a ouvir?
Elizabeth fez que sim com a cabeça, Klaus voltou a deitar-se e riu.
-Não poderei caminhar tão cedo, então creio que tenhamos todo o tempo necessário.
-Muito bem... Para alguns esta história não passa de uma lenda, mas como uma bruxa posso afirmar que ela é verdadeira...
    “Todas as bruxas estavam reunidas no castelo, era uma ocasião muito rara, apenas em duas ocasiões anteriores aquela reuniram todas as bruxas. Todas murmuravam, nenhuma delas sabia o que exatamente Mabaa queria convocando aquela reunião, o que fazia com que muitas especulações surgissem. O falatório era tamanho que elas precisavam gritar para se fazerem entender.
    Um alto assovio cortou o saguão, todas voltaram-se para o oratório, onde agora Mabaa, ou a silhueta que provavelmente seria ela, estava. O silencio tomou conta do lugar, Mabaa abriu os braços e falou com eloqüência.
-Irmãs, agradeço a presença de vocês nesta noite, na qual finalmente obteremos o poder mágico supremo!
Muitos murmúrios se espalharam, as bruxas comentavam sobre aquele anuncio mas calaram-se ao sinal de Mabaa.
-Sei que as duvidas são muitas, mas peço que aguardem, pois logo todas as duvidas serão sanadas... Mas antes permitam-me uma pergunta, digam-me irmãs, qual o único poder que nós não possuímos?
As bruxas responderam em coro.
-”O poder de manipular o tempo”.
-Exatamente... Mas isso não durará por muito tempo, eu encontrei a solução para este problema... A verdade é que não é uma regra, é uma impossibilidade.
Uma das bruxas ousou perguntar.
-Uma impossibilidade?
-Sim irmãs, uma impossibilidade. Não causar o mal é um regra, você pode fazê-lo, mas se não for uma bruxa será punido, mas manipular o tempo é uma impossibilidade, nenhuma punição será aplicada a quem manipular o tempo, mas a energia necessária para fazê-lo é tão absurda que mataria qualquer um que tentasse, mas eu encontrei um modo...”

sábado, 9 de abril de 2011

#24Caçador de Bruxas-Capítulo 23-Inimigo Verdadeiro


    Elizabeth sentou-se na relva ao lado de Klaus e Lune conjurou uma espécie de trono negro no qual se sentou. As duas se encararam por alguns momentos antes que Lune decidisse começar.
-Bem... Antes que você faça suas perguntas permita-me explicar, eu sei muito bem que você contratou Klaus para livrar Sarges de meu domínio, mas ele não poderá fazer isso.
Elizabeth não foi capaz de se conter e falou em tom desafiador.
-E por que não?
Lune manteve a serenidade.
-Por que minha presença é a única coisa que mantêm uma outra bruxa longe da vila.
Elizabeth acalmou-se um pouco, mas não pode deixar de continuar usando um tom desafiador.
-Se é assim por que jogou um feitiço sobre os moradores?
-E por acaso meu feitiço realmente causa algum grande mal? É certo que ele causa certos problemas, mas a cinco anos a vila sobrevive sob o encanto, ela não vai deixar de existir se ele permanecer.
-Você não me entendeu, eu quis saber o por que ele é necessário.
Lune encarou Elizabeth com extrema seriedade.
-Porque se não for assim a outra bruxa descobrirá que eu estou em Sarges apenas para proteger a vila.
Elizabeth ficou perplexa, proteger a vila? Por que Lune faria isso? Se queria tanto proteger a vila não era muito mais simples destruir a outra bruxa?
-Deduzo por sua expressão que você deseja saber o por que de eu proteger Sarges... Bem, pode não ser convincente, mas foi la que eu nasci e cresci, foi la que eu conheci Klaus e foi la que construí todas as minhas memórias felizes.
-Então por que você não enfrenta a outra bruxa?
Lune baixou a cabeça.
-Por que ela é poderosa demais...
-E que bruxa seria esta?
-Quer mesmo saber?
Quem fez a pergunta não foi Lune, mas Klaus, que penosamente esforçava-se para sentar.
Lune praticamente atirou-se de seu trono até ele, envolvendo-o em seus braços.
-Não se esforce tanto...
Ele a afastou delicadamente.
-Eu estou bem... Mas diga-me Elizabeth, você realmente quer saber qual é a outra bruxa?
Elizabeth respondeu em tom firme.
-Sim.
Klaus fechou os olhos, demonstrando certo teor em responder.
-A outra bruxa não é ninguém menos que a rainha... A primeira e mais poderosa bruxa... Mabaa...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

#23Caçador de Bruxas-Capítulo 22-Trevas


   Tudo foi engolido pelas sombras. Nenhum lampejo de luz, nenhum brilho, nada, tudo foi tomado pela mais profunda e sombria escuridão. Vendo-se cercada pelas trevas Elizabeth foi tomada pelo desespero, ela sabia que estava protegida pela barreira de Klaus, sabia que aquilo era obra dele e que nenhum mal causaria a ela, mas ainda sim entrou em pânico. Todo tipo de pensamento assustador invadiu sua mente, todas as mais terríveis coisas imagináveis pareciam ter se tornado reais, logo ela se esqueceu da realidade, ela parecia estar vivendo cada um de seus pensamentos, cada um daqueles terrores parecia ser real, cada detalhe parecia formar uma imagem a sua frente. Seus olhos encheram-se de lagrimas que verteram silenciosas.
    A escuridão se dissipou, Elizabeth foi salva de seu desespero pela luz púrpura gerada pelas paredes da barreira de Klaus, “não era real...Não era real... Graças aos deuses aquilo não foi real...”. A sensação terrível causada pela escuridão desapareceu e junto com ela os pensamentos obscuros, então Elizabeth pode vislumbrar o que havia acontecido. Lune estava parada ao lado de Klaus que acabara de refazer o embrulho da cruz, ela ficou aliviada ao ver esta cena, mas algo estava errado, algo estava diferente. “Onde esta a estátua de gelo... Ou melhor... Onde esta Ayleanee?”.
    Klaus recolocou a cruz em suas costas e caminhou lentamente até onde estava Elizabeth. Ele encostou uma das mãos na barreira, fechou os olhos por um instante e murmurou qualquer coisa inaudível. As paredes da barreira trincaram e por fim de desfizeram, libertando Elizabeth de seu confinamento. Ela foi até Klaus aliviada, queria abraçá-lo mas não o fez, a terrível expressão de pesar na face de Klaus lhe tirou a coragem para tocá-lo.
-Me desculpe...
A voz de Klaus demonstrava tanto pesar quanto sua expressão. Elizabeth tentou forçar um sorriso.
-Desculpar pelo que?
-Não tente disfarçar... Eu expus você a escuridão...
Elizabeth tentou ao maximo manter o sorriso, mas isso era algo incrivelmente difícil, ela na verdade queria chorar, a escuridão realmente havia sido algo terrível, é verdade que ela já não nutria os pensamentos terríveis de antes, mas a lembrança deles permanecia viva.
-Não se preocupe... Foi necessário....
Lagrimas verteram dos olhos de Klaus.
-Não... Não foi... Eu podia ter...
Antes que pudesse completar sua frase Klaus caiu no chão inconsciente. Elizabeth não soube o que fazer, “Ele esta morto...Não...Não...”, seu medo era tamanho que ela não pode fazer nada, quem apareceu para socorrer Klaus foi Lune. Ela trazia uma expressão preocupada no rosto mas mantinha a compostura elegante, ela limitou-se a abaixar-se próxima a Klaus e verificar seu pulso e respiração, em seguida  ajeitou-o em uma posição mais confortável, criou magicamente um lenço, dobrou-o e colocou-o como um travesseiro para ele.
    Lune deixou escapar um sorriso e levantou-se. Olhou para Elizabeth com um sorriso amigável no rosto e falou docemente.
-Ele esta bem, precisa apenas descansar, não sei em quanto tempo ele irá despertar mas posso garantir que não passara de amanhã.
Elizabeth encarou Lune com desconfiança. O que exatamente estava acontecendo? Por que Lune surgira do nada e, ao menos aparentemente, ajudou Klaus? E o mais importante, do que ele falava quando disse “...mas depois da visão que você me mostrou, eu,você e Elizabeth precisamos sentar e conversar...”. Tudo era muito confuso, ela queria muito perguntar, mas não só não sabia por onde começar como não se sentia a vontade para conversar com Lune.
    Lune encarou-a por alguns momentos, era a segunda vez que as duas se encontravam mas só agora ela dava a menina a devida atenção. Examinou-a minuciosamente com os olhos, a ponto de deixá-la encabulada. Após sua minuciosa análise Lune sorriu.
-Então você é a nova contratante de Klaus...
Elizabeth encheu-se de orgulho.
-SIM!
Lune continuou a sorrir.
-Bem... Creio que eu lhe deva algumas explicações e creio que você queira fazer muitas perguntas... Peço que se sente, a conversa será longa...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

#22Caçador de Bruxas-Capítulo 21-A cruz negra do sangue da rainha da noite


      Lune estava ali, era um alivio e uma surpresa para Elizabeth.
-Não esperava que você viesse ao socorro do homem que se colocou contra mim em busca de uma forma de derrota-la.
Lune não respondeu, apenas foi até a estatua de gelo que outrora fora Klaus, beijou seus lábios e voltou-se novamente para Ayleanee.
-Enfrentar você é para mim a maior prova de que ele ainda me ama...
Elizabeth foi tomada por uma sensação desconhecida, ela estava brava, não pelos motivos certos, não por Klaus ter sido derrotado, não por ele correr grande perigo estando congelado, mas sim por Lune tê-lo beijado. Ayleanee gargalhou.
-Nunca compreendi esse amor irracional que vocês nutrem um pelo outro, mas seja como for, já é tarde demais, tudo o que restou do cruz negra foi esta estátua de gelo!
Lune abriu um sorriso macabro.
-Acha mesmo que derrotou o mais poderoso caçador de bruxas com isso? Não seja prepotente, você é uma caçadora de caçadores, mas não esta no nível dele... A única razão de você ainda estar de pé é o fato de que ele precisa de você viva, se não fosse por isso o fogo dourado teria incinerado muito mais  do que seu braço.
Ayleanee não perdeu a pose.
-Pode até ser verdade, mas aquele que perdeu no fim das contas foi ele!
-Acha mesmo?
Elizabeth não pode evitar de sorrir, ela conhecia aquela voz, ela era familiar, era a voz dele, só podia ser. Ayleanee olhou para traz bem a tempo de ver Klaus, que deveria estar a sua frente congelado, retirar o embrulho de pano da cruz negra, revelando seu conteúdo, uma cruz negra feito breu, mas não apenas isso, ela parecia se mover, parecia estar viva.
-Pode me ajudar aqui Lune?
Lune desapareceu e ressurgiu ao lado de Klaus, puxou das mangas uma adaga e infligiu um corte em seu pulso, deixando o sangue derramar sobre a cruz.
-Ajudarei apenas dessa vez, mas você ficara me devendo um presente.
Klaus sorriu.
-O que quiser, mas depois da visão que você me mostrou, eu,você e Elizabeth precisamos sentar e conversar!
Lune limitou-se a sorrir. Elizabeth não entendia mais nada, Klaus não havia sido congelado, Lune parecia estar o ajudando e principalmente, o que exatamente era aquela cruz e por que Lune derramara seu próprio sangue sobre ela?
    Ayleanee pareceu cair no desespero, no exato momento em que Klaus removeu o embrulho da cruz ela pareceu paralisada pelo medo. A cruz pareceu ainda mais viva,agora emitindo um tipo de ruído sombrio.
-Vamos la...”Desperte...Cruz Negra”...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

#21Caçador de Bruxas-Capítulo 20-A derrota do caçador


    Aquilo era mesmo verdade?Não, não podia ser, não tinha como ser, mas era. A dor, o calor intenso das chamas e o sangue que escorria do que sobrara de seu braço eram a prova de que aquilo era real. As chamas douradas que Klaus criou realmente incineraram seu braço. Ela não foi capaz de conter o grito de dor, caiu de joelhos no chão e encarou Klaus com a face carregada de desespero.
-Co...Como...?
Klaus apenas manteve a seriedade.
-Simples, se vocês bruxas podem burlar as regras da magia os caçadores também podem.
-Mas como!Apenas mulheres podem beber o sangue da Mabaa...
-E quem falou em beber o sangue dela? Eu não preciso... Eu tenho em meu corpo algo muito mais precioso do que o sangue da Mabaa...
Neste momento Ayleanee compreendeu o que se passava, foi por isso que o olho de Klaus brilhou quando ele invocou a “chama do sol de ouro”.
-Então este olho também tem este tipo de poder... Isso explica o porque de ter tanto trabalho para passá-lo as gerações seguintes de caçadores...
-Sim... E agora, esta convencida a falar?
Ayleanee gargalhou.
-Jamais... Você arrancou meu braço... Mas esta longe de me derrotar... “Cante ó vento branco que carrega as pétalas das flores de neve, cante ó deusa de gelo que governa a nevasca... Setuagésima invocação da canção destrutiva... Acalanto da deusa de gelo”!
    Elizabeth pode ver a  expressão preocupada de Klaus quando Ayleanee começou a recitar o encantamento e pode ver esta expressão se transformar em desespero quando o encantamento estava completo. O próprio ar ficou esbranquiçado, como se estivesse congelado, não tinha como escapar, tudo estava congelando, Klaus acabou sendo pego no feitiço e acabou congelado. Uma fina camada de gelo formou-se sobre seu corpo, fazendo-o parecer uma estatua de gelo, imóvel. Elizabeth entrou em desespero, ela precisava fazer alguma coisa, ela não podia deixar que Klaus fosse morto.
   
    Ayleanee gargalhou vitoriosa, a luta fora árdua, ela até mesmo chegou a perder um braço, mas no fim das contas ela vencera.
-Isso foi tudo o que você podia fazer caçador? Isso é tudo que o Cruz Negra podia fazer? Tolo arrogante!
Elizabeth caiu no desespero, ela precisava fazer alguma coisa urgentemente, mas o que? Nem mesmo Klaus foi capaz de derrotar Ayleanee, o que ela poderia fazer dentro daquela barreira?
-O que pensa que esta fazendo Ayleanee?
Aquela voz surgiu do nada, bela, sombria e terrivelmente familiar. Entre Klaus e Ayleanee as sombras se reuniram e tomaram forma. Elizabeth não soube bem o por que, mas se sentiu aliviada. “Lune...”.

terça-feira, 5 de abril de 2011

#20Caçador de Bruxas-Capítulo 19-Magia capaz de causar mau


    Ayleanee foi tomada pelo mais puro sentimento de ódio, ela nunca se sentira tão humilhada, nunca um caçador chegou sequer perto de derrota-la e Klaus o fez em instantes. Ele por sua vez sorria vitorioso, mas Elizabeth percebeu que algo estava errado, “Por que ele simplesmente não vai até ela para fazê-la falar?”, deis de que seu olho começará a brilhar ele estava imóvel .
-E então Ayleanee, desiste? Ou prefere ser ainda mais humilhada?
Ayleanee estava cega pelo ódio, seu orgulho não podia permitir que ela fosse derrotada, mas o que ela poderia fazer? Ou ela dizia a Klaus o que ele desejava saber ou seria forçada a fazê-lo, mas nenhuma das opções a agradava, então ela optou por manter seu orgulho o mais intacto possível.
-Se quiser saber alguma coisa venha caçador, me faça falar se acha que consegue!
Klaus deixou o sorriso morrer e passou a mostrar uma expressão seria, Elizabeth percebeu que aquela expressão carregava muita preocupação. Ele permaneceu imóvel.
-E então caçador!
Klaus não teve opção, o brilho de seu olho direito desapareceu e ele lançou-se contra Ayleanee, que conseguiu esquivar-se, ela recobrará os movimentos.
    Por alguns instantes ela não compreendeu o que havia acontecido mas não demorou até que ela compreendesse, um sorriso vitorioso e macabro surgiu em sua face.
-Então era esta a condição para manter a paralisia, você também precisa ficar parado... Estou certa?
Klaus falou em um tom serio, mas de certa forma debochado.
-Infelizmente...Bem, eu adoraria que você tivesse desistido, mas se não foi possível, comecemos a batalha de verdade...
    Mais uma vez a tensão foi estabelecida, Ayleanee e Klaus permaneceram estáticos, encarando um ao outro e pensando em um bom movimento a se fazer. Ayleanee tinha certa vantagem por ainda não ter sofrido nenhum desgaste, mas ela não podia se dar ao luxo de um desgaste inútil, afinal, mesmo que Klaus não pudesse paralisá-la e atacá-la ao mesmo tempo ele ainda poderia usar seu olho para quebrar o feitiço. Por sua vez, Klaus já havia gasto parte de suas energias e Ayleanee já não poderia ser paralisada tão facilmente. Era um impasse perfeito. Elizabeth assistia a tudo, ela não fazia idéia de como aquilo iria terminar e se sentia inútil por não ser capaz de fazer nada, principalmente estando presa dentro da barreira de Klaus.
-Não vai fazer nenhum movimento Ayleanee? É a sua vez...
Ayleanee sorriu.
-Então você não sabe o que fazer e prefere esperar que eu faça o primeiro movimento... Você me decepciona caçador...
Ela mal terminou sua frase e viu que Klaus apontava para ela. Um brilho dourado surgia da ponta de seus dedos e ele sorria. Ayleanee deixou escapar uma sonora gargalhada.
-Você é tolo caçador? Não importa qual magia você use não ira me afetar em nada!
Klaus pareceu ignorar as palavras de Ayleanee.
-”Que o sol assovie a musica de ouro em tom de fogo e que as chamas percorram a escuridão profana em busca do mal...Sétima invocação da canção destrutiva: Chama do sol de ouro!”
Ayleanee sequer se importou em tentar desviar das chamas douradas que dos dedos de Klaus iam em direção a ela, ou assim foi até que ela percebeu algo de errado, o olho de Klaus brilhava, “Paralisia? Não...ainda posso me mover...Mas então...”, As chamas já estavam bem próximas quando ela pode sentir o calor do fogo, instintivamente ela esquivou-se, mas não saiu ilesa, as chamas atingiram seu braço esquerdo que rapidamente foi consumido pelo fogo e desapareceu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

#19Caçador de Bruxas-Capítulo 18-Primeira batalha


   Klaus assumiu posição de combate e manteve os olhos fixos em Ayleanee que fez o mesmo. Os dois ficaram se encarando por alguns momentos, nenhum dos dois parecia querer fazer o primeiro movimento, ou melhor, nenhum dos dois queria se precipitar ao fazê-lo. Quem quebrou aquele momento foi Klaus, num rompante ele se lançou contra Ayleanee atingindo-a com a Cruz ainda embrulhada nos panos, ela acabou tento de mover-se para evitar ferimentos sérios e foi ai que Klaus aproveitou a brecha. Ele estendeu a mão em direção a ele, diversas faíscas começaram a se reunir ao redor da palma de sua mão.
-”Que os raios cortem os céus e desçam sobre meus inimigos... Qüinquagésima invocação da canção destrutiva: Relâmpago Celeste!”
Um raio cortou a escuridão da noite e caiu em cheio sobre Ayleanee, o chão se partir e uma cortina de poeira se ergueu.
    Elizabeth sentiu-se aliviada, estava tudo acabado, mas por algum motivo Klaus continuava tenso e em pose de combate. Logo ela compreendeu, assim que a poeira levantada pelo raio baixou ela pode ver, Ayleanee continuava de pé, não só isso, ela não sofrerá nenhum arranhão.
-Isso é tudo Klaus? Sinceramente, não foi um feitiço ruim, na verdade, eu provavelmente teria sido morta por ele, mas parece que você se esqueceu de um pequeno detalhe... Você não é uma bruxa, não pode ferir os outros com magia, mesmo que você usasse a “Travessa” nada teria acontecido.
Era obvio, Elizabeth tinha se esquecido deste detalhe, mas algo ainda a incomodava, ela era leiga em assuntos relacionados a magia mas havia algo que mesmo ela sabia, invocações acima da casa dos quarenta não só eram extremamente poderosos, mas também extremamente desgastantes. Então por que Klaus usou uma invocação tão alta quanto a qüinquagésima mesmo sabendo que não surtiria efeito?
    Klaus deixou uma gargalhada escapar, Elizabeth ficou ainda mais confusa, mas ele parecia confiante, tudo o que ela podia fazer era confiar nele, principalmente presa dentro daquela barreira.
-Não me julgue amador Ayleanee, eu sei muito bem que não posso usar magia para causar o mau sem ser uma bruxa... Mas você realmente acha que eu usaria uma invocação tão desgastante sem um objetivo?
Ayleanee pareceu preocupada.
-O...O que você fez?
Klaus sorriu malicioso.
-Você ainda não percebeu?
Ayleanee não entendeu o que Klaus quis dizer com aquilo, não havia nada de errado com ela, ou era o que ela pensou até tentar mover-se. Ela pretendia dar um simples passo, mas sua perna não se movia, não importava o quanto ela tentasse seu corpo simplesmente não obedecia.
-Co...Como?
-Você se esqueceu do meu trunfo pelo que percebo...
Ao ouvir isso Ayleanee imediatamente fixou os olhos no rosto de Klaus e só então percebeu que seu olho direito brilhava em um tom púrpura.
-O olho da Mabaa! Mas... Eu pensei que o poder dele era o de quebrar feitiços e não...
-Quebrar feitiços realmente é o poder deste olho... Mas eu nunca disse que este era o único poder.
Ayleanee pareceu frustrada e alterou seu tom de voz, ela parecia muito irritada.
-Mas... Minhas fontes eram perfeitas... Ninguém jamais o viu usar este olho para outra coisa que não fosse quebrar feitiços... Então como...
-Simples, eu apenas nunca usei este poder quando um de meus companheiros estava por perto... E nunca deixei vivo qualquer inimigo em quem tenha usado este poder...

domingo, 3 de abril de 2011

#18Caçador de Bruxas-Capítulo 17-Caçador e Caçadora


    Klaus retirou a cruz de suas costas e a manteve nas mãos durante todo o caminho até os portões de Rubheigen, a julgar por sua expressão seria ele parecia esperar ser atacado ainda durante o caminho, felizmente isso não aconteceu.
    Os portões de Rubheigen eram realmente impressionantes, duas enormes e pesadas portas de ébano reforçadas por grossas tiras de ferro, chegava até mesmo a ser assustador. Klaus parou perante o portão, ele estava serio, parecia esperar por alguma coisa, mas nada aconteceu. Ele parecia impaciente, cerrou os punhos e gritou a plenos pulmões.
-Apareça bruxa maldita, venho por boa vontade ou seja arrastada para fora!
Por mais alguns momentos nada aconteceu, mas logo um estranho zumbido surgiu no ar, começou quase inaudível mas aumentou até tornar-se quase insuportável. Os portões tremeram e o próprio ar pareceu tremer diante de algo. Uma voz estridente e sombria pareceu falar por todos os lados.
-Como ousa desafiar-me caçador!?
Klaus sorriu malicioso.
-Então tem medo de se mostrar?
O zumbido parou subitamente, os portões rangeram e lentamente se abriram, de trás deles surgiu uma mulher lindíssima, quase tão bela quanto Lune. Ela tinha longos cabelos prateados que pareciam escorrer feito água até o chão e usava um vestido branco que parecia cintilar como as estrelas.
-Medo? Não seja tão arrogante criança!
Sua vós lembrava a que a pouco falara, mas era diferente, não era tão estridente, mas continuava sombria. Klaus deixou morrer o sorriso.
-Então era mesmo você Ayleanee...
Ela riu.
-E esperava por quem Klaus? Alguém mais faria Drover recuar?
-Creio que não, mas não se gabe por isso, eu sei bem o que houve entre vocês, para ele enfrenta-la é algo tão absurdo quanto eu enfrentar Lune.
Elizabeth ficou chateada ao ouvir aquelas palavras, como ela esperava Klaus parecia ainda sentir algo por Lune.
-Ainda apaixonado por ela Klaus? Mas que surpresa desagradável.
-E por que você despreza tanto esta idéia?
Ayleanee sorriu sedutora.
-Ora, você é interessante demais para gostar daquela criança que se acha a rainha da noite.
-já que a despreza tanto estaria disposta a me contar como derrota-la?
Ela deixou morrer o sorriso.
-Infelizmente não, mesmo detestando-a ela ainda é uma irmã, não pretendo contar suas fraquezas a um caçador.
-Como eu pensei... É uma pena, eu não queria ter de enfrenta-la, afinal, machucar seu lindo rosto não é algo que eu queira fazer como homem!
Klaus apontou para Elizabeth, um brilho púrpura surgiu na ponta de seu dedo.
-“Que a flor roxa do despertar quebre a escuridão e acalante a jovem criança e que o deus violeta vele por seu sono...Trigésima sexta invocação da canção protetora: Caixa do deus violeta!”
Assim que Klaus terminou sua frase o brilho violeta que surgirá a ponta de seu dedo expandiu-se até envolver Elizabeth, tomando a forma de uma caixa de paredes púrpura que a envolvia. Ela ficou muito irritada com aquilo, Klaus não só usara um nela um feitiço sem nem mesmo avisar como estava falando com Ayleanee de uma forma totalmente diferente da qual ele falara com todas as outras pessoas até agora. Klaus se voltou para ela e sorriu ternamente.
-Desculpe por não avisar... Mas não posso deixar que ela ataque você para me atingir... Enquanto esta barreira estiver intacta você ficara bem.
Voltando-se novamente para Ayleanee ele assumiu uma expressão muito séria.
-Deixemos as brincadeiras de lado... Realmente pretende me enfrentar?
Ayleanee também decidiu ficar seria.
-Com toda a certeza, afinal, como uma caçadora de caçadores nada pode ser mais valioso para mim do que a cabeça do Cruz Negra como troféu!
-Então que assim seja...

sábado, 2 de abril de 2011

#17Caçador de Bruxas-Capítulo 16-Promessa


Elizabeth foi pega de surpresa, a decisão de Klaus parecia não fazer sentido algum, ela acabara de dizer que não queria enfrentar a bruxa caçadora mas ele ainda sim anunciara que eles iriam para Rubheigen.
-Você esta louco Klaus?Acabei de dizer que não precisamos enfrentar a bruxa...
Klaus limitou-se a sorrir.
-Exato, você não deseja enfrentar um perigo desnecessário o que prova que você é uma boa pessoa, então decidi lhe dar uma boa noite de sono como recompensa por isso...
-Mas eu não preciso tanto de uma cama...Eu posso muito bem descansar na relva...Eu não quero que você lute, eu não quero que você fique machucado!Você mesmo disse não?Ela é poderosa, até Drover decidiu fugir dela!
Por algum motivo Klaus ficou muito feliz em ver que Elizabeth estava preocupada com ele, mas ele já havia se decidido.
-Não se preocupe, eu não vou me ferir, pode até ser que Drover não fosse capaz de derrotá-la, mas eu tenho duas coisas que ele não tem.
-O que seriam estas coisas?
Klaus levou a mão até as costas e segurou sua cruz.
-Esta cruz e um bom motivo.
Elizabeth estava preocupada, ela não entendia, por que a poucos momentos ele não queria confrontar a bruxa mas agora estava decidido a derrota-la?  Isso não fazia o menor sentido para ela.
-E qual seria o motivo?
Klaus deixou morrer o sorriso e assumiu uma expressão seria.
-Eu me lembrei quem esta bruxa caçadora pode ser...E se for realmente ela não só será muito útil interrogá-la como será um favor a todos os caçadores eliminá-la...
-E quem você acha que é?
-Ayleanee...Ela é uma velha rival de Lune e provavelmente possui alguma informação que pode vir a ser útil.
    Elizabeth ainda estava muito preocupada e realmente não queria que Klaus enfrentasse Ayleanee, mas agora ela compreendia que era preciso, Klaus já havia admitido que Lune não só era poderosa, como era alguém de seu passado, alguém que ele não estava disposto a ferir, então a chance de se obter qualquer informação era valiosa demais para ser desperdiçadas. Ela respirou fundo e se resignou.
-Tudo bem...Mas prometa uma coisa...
-O que quiser...
Elizabeth encarou Klaus com um doce olhar de preocupação.
-Prometa que não vai se machucar...
Diante daquele pedido Klaus só foi capaz de sorrir e afagar a cabeça da menina.
-Eu prometo...