sexta-feira, 20 de maio de 2011

3#Post Especial: Caçador de Bruxas Cap.3-Revisado e Ampliado

E então galera, ai esta o Caçador 3 revisadpo e ampliado. Eu decidi não mais postar os capítulos curtos (que nada mais são do que um esqueleto dos capítulos longos), então daqui em diante irei postar apenas os capítulos longos. Que fique avisado que algumas mudanças podem surgir na história (convenhamos que algumas coisas ficaram bem forçadas). Bem, era isso, fiquem com o Sorriso.Savvy?

    O quarto não era grade, mas já era bem maior do que Elizabeth esperava. A mobília era pouca mas suficiente, apenas uma cama, um armário, duas cadeiras e uma mesa. Ela também reparou que Klaus retirara a chave de um dos bolsos da calça, sugerindo que ele a carregava o tempo todo.
    Ele simplesmente entrou no quarto, retirou o casaco de couro e pendurou nas costas de uma das cadeiras, sentando-se nela em seguida. Deixou escapar um longo e profundo suspiro, depois olhou-a com um sorriso estampado no rosto.
-E então mocinha, temos algumas coisa a conversar, mas creio que seja prudente atender de suas necessidades primeiro. Podemos jantar na taverna se você tiver fome, você pode dormir e até tomar banho se pedirmos a Laurence que prepare a banheira.
Um banho, aquela idéia ficou fixa na mente de Elizabeth, ela queria aquilo mais do que tudo, mas tinha um pouco de vergonha de pedir a Klaus que falasse com Laurence e mais ainda de pedir diretamente a ele. Klaus por sua vez pareceu notar que ela tinha vergonha de pedir a ele, então levantou-se e foi até a porta.
-Amanda, poderia vir aqui um instante?
Alguns instantes após Klaus dizer isso uma moça veio até a porta do quarto. Elizabeth ficou encantada com ela, devia ser muito jovem, apenas dois ou três anos mais velha que ela, tinha longos cabelos castanhos e usava um vestido bastante simples de algodão, era alta e tinha belíssimos olhos verdes. Ela encarou Klaus com um sorriso.
-Pois não senhor Klaus?
Ele sorriu para ela.
-Poderia cuidar de minha convidada? Tenho de resolver algumas coisas...
-Como quiser.
Klaus voltou-se para Elizabeth.
-Tenho alguns assuntos a tratar com Laurence, pode pedir a Amanda qualquer coisa que você queira.
Elizabeth concordou com a cabeça.
    Klaus retirou-se do quarto, Amanda encarou Elizabeth com um amável sorriso no rosto.
-E então senhorita, como eu posso servi-la?
Elizabeth se sentia mais a vontade para conversar com outra mulher então não se resignou a pedir.
-Eu gostaria de um banho.
-Irei providenciar, vai levar algum tempo até que a água esteja aquecida então pedirei que espere, virei chamá-la quando estiver tudo pronto.
-Certo.

    Klaus retornou a recepção e foi até o balcão de atendimento onde estava Laurence, que aparentemente já esperava por ele. Klaus estava serio assim como Laurence.
-Não adianta me pedir, não há nenhuma informação a respeito da menina, ao menos nenhuma que você não saiba já que ela foi vista pela primeira vez na cidade em sua companhia.
Klaus suspirou.
-Isso não me é surpresa, mas acho até bom que ninguém tenha informações, isso a torna confiável.
Laurence gargalhou, o que quebrou toda a tensão que estava no ar.
-Nunca entendi essa sua linha de pensamento.
Klaus sorriu.
-Ora, ela é muito simples, se não há informações a respeito de uma pessoa significa que ela não fez nada que as fofocas queiram espalhar, logo ela não fez nada de memoravelmente ruim.
-Mas você é mesmo desconfiado... A menina não deve ter mais de treze anos e você ainda sim vem checar se há alguma informação a respeito dela.
Klaus continuou a sorrir mas de uma forma que passava certo sentimento de tristeza, um sorriso que chegava a ser assustador.
-Você deveria saber melhor do que ninguém que a idade não significa nada.
Laurence tornou a demonstrar seriedade.
-Pode até ser... Mas são raras as crianças prodígio como você e ainda mais raras as como ela...
Klaus dirigiu-se mais até a escadaria que levava aos quartos, levantou uma das mãos em agradecimento a Laurence e retirou-se sem dizer mais nada.

    Amanda bateu a porta do quarto, imediatamente Elizabeth a abriu. Amanda sorriu e estendeu para ela uma toalha branca.
-Seu banho esta pronto senhorita, me acompanhe para que eu a leve até o lavatório.
Elizabeth concordou com a cabeça e acompanhou Amanda. Ela a guiou pelos corredores da estalagem até uma porta que ficava no fim de um deles. Elizabeth estava surpresa, não esperava que a estalagem fosse tão grande, principalmente levando em conta seu nome que passava certa impressão de que aquele era um lugar pequeno.
    Amanda destrancou  a porta do lavatório e entregou a chave a Elizabeth.
-Quando terminar desça até a recepção e entregue a chave a Laurence.
Elizabeth assentiu silenciosamente, Amanda sorriu e afagou sua cabeça.
-Se tiver qualquer problema me chame, vou indo agora.
Elizabeth assentiu com a cabeça. Amanda deixou o aposento fechando a porta ao sair, Elizabeth a trancou. Agora que estava sozinha ela aproveitou para dar uma boa olhada no aposento. Tratava-se de uma pequena sala com cerca de metade do tamanho do quarto onde ela e Klaus estavam hospedados. O chão era de mármore, provavelmente para evitar que se estragasse facilmente, e as paredes de madeira haviam sido forradas com papel de parede azul claro.  Ela despiu-se e mergulhou na banheira que ficava em um dos cantos, a água estava morna e muito agradável, provavelmente a espera fora para que aquilo fosse preparado. “Então este é o tipo de tratamento pelo qual Klaus paga... Os serviços dele devem ser tão caros quanto a conta da estalagem...”, tendo isto em mente ela mergulhou a cabeça na banheira. “Preciso contar a ele...Mas como?”.

    Klaus retornou ao quarto, Elizabeth ainda não retornará, então ele aproveitou a oportunidade, tirou do boldo uma pequena caderneta de capa negra, pegou uma pena que estava no armário e fez algumas anotações, ele se distraiu com aquilo até que alguém bateu a porta, ele se levantou e ao abri-la deparou-se com Amanda, que carregava um colchão.
-Vim trazer a cama extra.
Klaus limitou-se a sorrir e dar passagem. A rapariga entrou e rapidamente arrumou as coisas, fazendo com que o colchão estivesse separado da cama pela mesa, dando certa privacidade tanto a quem ficasse nele quanto a quem ficasse na cama. Terminando de aprontar o quarto Amanda foi até a porta, fitou Klaus com um malicioso sorriso no rosto e lhe falou num tom doce, porem provocante.
-Não vá fazer nada com a menina durante a noite em, ela é só uma criança.
Klaus gargalhou.
-Eu não faria nada com ela, primeiramente por meu censo de ética jamais permitir que eu fizesse algo com alguém tão jovem, segundo por ela não me despertar nenhum desejo...
Ao ouvir estas palavras Amanda se aproximou de Klaus, o bastante para beijá-lo se assim desejasse, seus olhos verdes estavam carregados de malícia e sua voz doce soava sedutora.
-E se for uma mulher mais velha, será que seu censo ético lhe impediria de fazer alguma coisa? Ou talvez você também não sinta nenhum desejo....
Klaus teve de desviar os olhos, ele sabia melhor do que ninguém o quão perigoso era o verde daqueles olhos. Ele a fasta ou delicadamente.
-Perdão Amanda... Estou a serviço... Então sugiro que você se afaste ou acabarei por quebrar meu próprio código de conduta...
Ela sorriu, afastou-se e foi até a porta, parando frente a ela por alguns instantes.
-Você e seus códigos de conduta... Bem, se precisar de algo chame, virei especialmente para você.
Klaus limitou-se a sorrir para ela.

    Elizabeth terminou seu banho, secou-se e foi direto para o quarto, cruzou com Amanda no corredor, aparentemente ela estava saído do quarto de Klaus, ela aproveitou para entregar-lhe a chave.
-Aqui esta Amanda, a chave da sala de banho.
Amanda pegou a chave e sorriu amavelmente, mas não disse nada. Elizabeth seguiu para o quarto, onde encontrou Klaus que estava em pé próximo a porta, aparentemente um pouco desconcertado.
-Esta tudo bem?
Ele pareceu voltar de repente de algum lugar distante, abrindo um sorriso para tentar disfarçar.
-A...Sim, sim, esta tudo bem... Vamos jantar?
Elizabeth baixou a cabeça.
-Antes acho que devemos conversar... E é melhor que seja aqui mesmo...
Klaus manteve-se sorrindo, mas agora era um sorriso um tanto quando carregado de seriedade.
-Se prefere assim... Também tenho algumas perguntas...
    Cada um sentou-se em uma das cadeiras, Elizabeth envolveu-se nos próprios braços, como se quisesse se proteger de algo, enquanto Klaus debruçou-se sobre a mesa.
-E então mocinha, o que você deseja conversar?
Ela desviava o olhar, não conseguia encará-lo, não depois de enganá-lo até aquele ponto.
-Eu bem... Sobre o contrato... Existe algo que eu não lhe contei...
-E o que seria?
Elizabeth se encolhe ainda mais.
-É que eu... Bem...-Respira fundo e prossegue- Eu não disponho de nenhum dinheiro para pagá-lo...
Klaus simplesmente deixou morrer o sorriso e a encarou inexpressivo.
-Eu já imaginava...
Ela finalmente tomou coragem e com os olhos cheios de lagrimas encarou-o.
-Então por que me trouxe até aqui...
Ele se manteve serio, mas suas palavras carregavam certa compreensão.
-Por que mesmo que eu desejasse mandá-la embora isso não seria possível sem deixá-la descansar, suas roupas também estavam demasiadamente estragadas, então lhe dei de presente estas novas.
Ela mais uma vez desviou o olhar e se encolheu na cadeira.
-Então você realmente pretende me mandar embora...
-Seria o normal a se fazer...
Os olhos de Elizabeth se encheram de lagrimas, ela esqueceu toda a timidez e qualquer pudor, levantou-se repentinamente e falou em meio aos soluços do choro.
-Mas eu... Eu posso pagar de outra forma! Deve haver algo que você precise... Uma serva talvez? Eu poderia servi-lo... Poderia fazer qualquer coisa... Eu até mesmo seria su...
Klaus também levantou-se e colocou delicadamente o dedo indicador em sua boca, silenciando-a.
-Jamais diga estas palavras por um motivo tão banal...
Dizendo isso ele torna a sentar-se.
-Antes que eu diga se irei ou não pegar o serviço permita-me uma pergunta... Por que você quer que esta bruxa seja derrotada? Eu sei que ela dominou sua vila, mas quero saber se há alguma razão além desta.
Elizabeth enxugou as lagrimas e se recompôs.
-Ela lançou um feitiço sob os habitantes de minha vila... Nenhum de nós sabe exatamente o que este feitiço fez, mas deis de que ela chegou as pessoas perderam seus sonhos... Eu não me incomodaria se ela nos escravizasse, nos torturasse ou nos matasse... Mas roubar nossos sonhos é cruel demais...
Klaus fechou os olhos em sinal de que estava ponderando, ficou assim, em silêncio por algum tempo, tempo este que para Elizabeth foi como a eternidade.
-Roubou os sonhos dos habitante é...
-Si...Sim...
-Entendo... Então é uma “fada do sono”....
-Fada do sono?
-Sim, um tipo de bruxa que usa feitiços voltados ao roubo de sonhos ou que causa pesadelos... Creio que é uma dessas....
-Entendo... Mas....
Klaus abriu um sorriso e afagou carinhosamente os cabelos dela.
-Uma fada do sono não há de me dar muito trabalho, então irei aceitar seu pedido, principalmente ao ver o quanto você quer salvar sua vila!
Elizabeth o encarou, ela não acreditou no que ouvia. A felicidade a dominou num rompante, fazendo-a abrir um maravilhoso sorriso, tão belo que fez com que Klaus acabasse encabulado. “Ele realmente é como eu imaginei...”. Klaus sorriu em retorno, tendo de desviar um pouco os olhos, pois a beleza e sinceridade daquele sorrio lhe eram perigos.
-Não há motivos para que eu não aceite... Até por que você acaba de me pagar... Este sorriso vale por todos os gastos que eu venha a ter...
Elizabeth não foi capaz de se conter e lançou-se sob Klaus, abraçando-o.

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