sexta-feira, 8 de abril de 2011

#23Caçador de Bruxas-Capítulo 22-Trevas


   Tudo foi engolido pelas sombras. Nenhum lampejo de luz, nenhum brilho, nada, tudo foi tomado pela mais profunda e sombria escuridão. Vendo-se cercada pelas trevas Elizabeth foi tomada pelo desespero, ela sabia que estava protegida pela barreira de Klaus, sabia que aquilo era obra dele e que nenhum mal causaria a ela, mas ainda sim entrou em pânico. Todo tipo de pensamento assustador invadiu sua mente, todas as mais terríveis coisas imagináveis pareciam ter se tornado reais, logo ela se esqueceu da realidade, ela parecia estar vivendo cada um de seus pensamentos, cada um daqueles terrores parecia ser real, cada detalhe parecia formar uma imagem a sua frente. Seus olhos encheram-se de lagrimas que verteram silenciosas.
    A escuridão se dissipou, Elizabeth foi salva de seu desespero pela luz púrpura gerada pelas paredes da barreira de Klaus, “não era real...Não era real... Graças aos deuses aquilo não foi real...”. A sensação terrível causada pela escuridão desapareceu e junto com ela os pensamentos obscuros, então Elizabeth pode vislumbrar o que havia acontecido. Lune estava parada ao lado de Klaus que acabara de refazer o embrulho da cruz, ela ficou aliviada ao ver esta cena, mas algo estava errado, algo estava diferente. “Onde esta a estátua de gelo... Ou melhor... Onde esta Ayleanee?”.
    Klaus recolocou a cruz em suas costas e caminhou lentamente até onde estava Elizabeth. Ele encostou uma das mãos na barreira, fechou os olhos por um instante e murmurou qualquer coisa inaudível. As paredes da barreira trincaram e por fim de desfizeram, libertando Elizabeth de seu confinamento. Ela foi até Klaus aliviada, queria abraçá-lo mas não o fez, a terrível expressão de pesar na face de Klaus lhe tirou a coragem para tocá-lo.
-Me desculpe...
A voz de Klaus demonstrava tanto pesar quanto sua expressão. Elizabeth tentou forçar um sorriso.
-Desculpar pelo que?
-Não tente disfarçar... Eu expus você a escuridão...
Elizabeth tentou ao maximo manter o sorriso, mas isso era algo incrivelmente difícil, ela na verdade queria chorar, a escuridão realmente havia sido algo terrível, é verdade que ela já não nutria os pensamentos terríveis de antes, mas a lembrança deles permanecia viva.
-Não se preocupe... Foi necessário....
Lagrimas verteram dos olhos de Klaus.
-Não... Não foi... Eu podia ter...
Antes que pudesse completar sua frase Klaus caiu no chão inconsciente. Elizabeth não soube o que fazer, “Ele esta morto...Não...Não...”, seu medo era tamanho que ela não pode fazer nada, quem apareceu para socorrer Klaus foi Lune. Ela trazia uma expressão preocupada no rosto mas mantinha a compostura elegante, ela limitou-se a abaixar-se próxima a Klaus e verificar seu pulso e respiração, em seguida  ajeitou-o em uma posição mais confortável, criou magicamente um lenço, dobrou-o e colocou-o como um travesseiro para ele.
    Lune deixou escapar um sorriso e levantou-se. Olhou para Elizabeth com um sorriso amigável no rosto e falou docemente.
-Ele esta bem, precisa apenas descansar, não sei em quanto tempo ele irá despertar mas posso garantir que não passara de amanhã.
Elizabeth encarou Lune com desconfiança. O que exatamente estava acontecendo? Por que Lune surgira do nada e, ao menos aparentemente, ajudou Klaus? E o mais importante, do que ele falava quando disse “...mas depois da visão que você me mostrou, eu,você e Elizabeth precisamos sentar e conversar...”. Tudo era muito confuso, ela queria muito perguntar, mas não só não sabia por onde começar como não se sentia a vontade para conversar com Lune.
    Lune encarou-a por alguns momentos, era a segunda vez que as duas se encontravam mas só agora ela dava a menina a devida atenção. Examinou-a minuciosamente com os olhos, a ponto de deixá-la encabulada. Após sua minuciosa análise Lune sorriu.
-Então você é a nova contratante de Klaus...
Elizabeth encheu-se de orgulho.
-SIM!
Lune continuou a sorrir.
-Bem... Creio que eu lhe deva algumas explicações e creio que você queira fazer muitas perguntas... Peço que se sente, a conversa será longa...

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